Presidente de associação é assassinado no Maranhão
Por Reynaldo Costa
Da Página do MST
O presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Povoado Charco, Flaviano Pinto Neto, 45 anos, foi assassinado com oito tiros de pistola calibre 380, disparados contra a sua cabeça, na noite de sábado (30/10), no município de São Vicente Ferrer (MA).
Flaviano liderava a luta dos trabalhadores rurais contra o cercamento de parte da comunidade Charco com cerca elétrica, pela família do fazendeiro Gentil Braga.
A famílias Braga é proprietária de extensas áreas na região da Baixada maranhense. Além disso, é responsável por diversos despejos violentos na região.
O conflito na região já tinha sido denunciado pela Comissão Pastoral da Terra ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto de Terras do Maranhão (Iterma), aos órgãos de segurança pública e de justiça do Estado do Maranhão.
Mesmo assim, não foi tomada nenhuma medida concreta para impedir a execução de Flaviano. Por isso, o assassinato de Flaviano é considerado o desfecho de uma morte anunciada.
O sindicalista Manoel Santana Costa, 35 anos, também foi ameaçado de morte, por defender a comunidade rural da região. Ele pode ser executado por pistoleiros se não foram tomadas medidas em sua proteção.
A violência do latifúndio confirma as denuncias dos movimentos sociais do campo, de que a violência no Estado do Maranhão é cada vez maior e se estende por todas as regiões, prejudicando povos indígenas, ribeirinhos e remanescentes de quilombolas.
Na semana passada, a CPT denunciou que o Maranhão é o Estado brasileiro com maior índice de conflitos agrários.