Via Campesina exige da FAO apoio às verdadeiras soluções para crise alimentar

Da Comunicação da Via Campesina De 11 a 16 de outubro, em Roma, Itália, acontecerá a sessão plenária do Comitê de Segurança Alimentar Mundial da FAO. Representantes do movimento camponês internacional, a Via Campesina, estarão presentes junto com outros atores da sociedade civil para exigir verdadeiras soluções à permanente crise alimentar mundial, assim como medidas concretas para abordar os problemas da especulação em cima de produtos básicos alimentícios e a acumulação e concentração de terras.


Da Comunicação da Via Campesina

De 11 a 16 de outubro, em Roma, Itália, acontecerá a sessão plenária do Comitê de Segurança Alimentar Mundial da FAO. Representantes do movimento camponês internacional, a Via Campesina, estarão presentes junto com outros atores da sociedade civil para exigir verdadeiras soluções à permanente crise alimentar mundial, assim como medidas concretas para abordar os problemas da especulação em cima de produtos básicos alimentícios e a acumulação e concentração de terras.

Durante o Fórum das Organizações da Sociedade Civil, que será de 8 a 10 de outubro, também em Roma, as organizações discutirão as propostas que depois apresentarão aos governos. A reforma do Comitê de Segurança Alimentícia Mundial (CSA) da FAO proporcionou que ocorram consultas regulares à sociedade civil. No entanto, a FAO ainda não garante a total participação dos campesinos. Neste momento, as políticas agrícolas voltadas para os camponeses de todo o mundo são controladas pelos pontos de vista dos países ricos, através de instituições antidemocráticas como o Banco Mundial e empresas transnacionais do setor agropecuário, com pressupostos de lobby exorbitantes.

O programa do CSA mostra o crescente interesse que tem o grande capital nos produtos agrícolas e alimentícios através acumulação e especulação de terras, em especial para agrocombustíveis e a especulação com produtos básicos alimentícios. A especulação financeira foi e continua sendo amplamente reconhecida como a principal causa da crise alimentícia de 2007-2008 e, por esta razão, deveria ser abordada de maneira eficaz em nível regional ou internacional se em realidade queremos evitar que volte a suceder. Também se deveriam adotar mecanismos para regular os mercados agrícolas, ao contrário do que a Organização Mundial do Comércio e os diferentes Tratados de Livre Comércio promovem.

Além disso, a busca global por aquisições em massa de terras agrícolas não fortalece em absoluto os produtores locais e só piora seu acesso à terra e, por conseguinte, deve ser detida imediatamente.

A FAO pode converter-se em um espaço para aplicar a soberania alimentar, mas deveria oferecer soluções reais e escutar as vozes dos camponeses e camponesas e não dar legitimidade a processos impulsionados pela busca de benefícios das multinacionais.