MST cobra punição de assassinos de trabalhadores rurais
Da Página do MST
O MST exige Justiça e cobra a punição para os assassinos dos agricultores Vanderlei das Neves e José Alves dos Santos, que mortos de forma brutal em emboscada na Fazenda Pinhal Ralo, no dia 16 de janeiro de 1997, na cidade de Rio Bonito do Iguaçu (PR).
Nesta terça-feira, acontece o julgamento dos assassinos, em Laranjeiras do Sul (PR).
Da Página do MST
O MST exige Justiça e cobra a punição para os assassinos dos agricultores Vanderlei das Neves e José Alves dos Santos, que mortos de forma brutal em emboscada na Fazenda Pinhal Ralo, no dia 16 de janeiro de 1997, na cidade de Rio Bonito do Iguaçu (PR).
Nesta terça-feira, acontece o julgamento dos assassinos, em Laranjeiras do Sul (PR).
“O MST enxerga o caso dentro de uma série que, em mais de uma década, deixou 19 trabalhadores rurais mortos no Paraná. São crimes políticos, cometidos pelo latifúndio e pelo agronegócio”, afirma nota do Movimento.
Abaixo, leia a nota do MST do Paraná.
Exigimos justiça pelos sem-terra mortos e punição aos crimes do agronegócio
Passaram-se 14 anos e o MST defende Justiça e punição para os assassinos dos agricultores Vanderlei das Neves (16) e José Alves dos Santos (34), mortos de forma brutal em emboscada na Fazenda Pinhal Ralo, no dia 16 de janeiro de 1997, na cidade de Rio Bonito do Iguaçu (PR).
Hoje, no dia 14 de dezembro de 2010, o julgamento realizado em Laranjeiras do Sul (PR) tem a chance de reparar a dívida do Estado com esses trabalhadores.
A repressão ocorreu exatamente no mesmo dia em que o governo federal assinava o decreto de desapropriação de 16 dos mais de 87 mil hectares pertencentes à empresa madeireira Araupel (à época, chamada Giacomet Marodin, comprada da Votorantim).
A área foi ocupada por mais de três mil famílias. Hoje, uma parte do latifúndio dá lugar ao assentamento Ireno Alves, apesar de a empresa ainda ser dona de grande quantidade de terras griladas na região.
O julgamento foi adiado por oito vezes, ainda que a conclusão do inquérito tenha sido rápida. Apesar de os pistoleiros acusados nos processos serem “seguranças” da empresa na época, a Araupel e seus proprietários nunca foram responsabilizados.
Na região, a Araupel tem histórico de assassinato e cemitério clandestino de agricultores. Além disso, os seguranças envolvidos no assassinato passaram o período respondendo em liberdade.
O MST enxerga o caso dentro de uma série que, em mais de uma década, deixou 19 trabalhadores rurais mortos no Paraná. São crimes políticos, cometidos pelo latifúndio e pelo agronegócio.
Tratam-se de casos que os setores democráticos da sociedade não esquecem: a morte dos companheiros Antônio Tavares (2000), assassinado durante o governo Lerner próximo à Curitiba, ou de Valmir Mota de Oliveira, o Keno (2007), assassinado por seguranças da transnacional Syngenta, na região de Cascavel, entre outros tantos.
Tal impunidade já levou o Estado brasileiro a ser condenado pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
Agora, uma punição dos assassinos no tribunal do dia 14, em Laranjeiras do Sul, pode representar a primeira condenação na Justiça pela morte de trabalhadores sem-terra no Paraná.
Esperamos que esse caso abra um precedente para o pagamento da dívida histórica que o Estado brasileiro tem com os trabalhadores vítimas da violência do agronegócio, no Paraná e no Brasil, e suas milícias armadas disfarçadas de seguranças privados.