Agronegócio contamina com agrotóxicos as águas do rio Pardo, no interior de SP

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Da Folha de S. Paulo

 

A contaminação do rio Pardo, no interior de SP, por defensivos agrícolas pode inviabilizar sua água para consumo devido aos custos de construção de uma estação de tratamento de água que eliminaria essas substâncias.

A afirmação é da professora e química Cristina Pereira Rosa Paschoalato, da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), que conclui uma pesquisa sobre o rio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Da Folha de S. Paulo

 

A contaminação do rio Pardo, no interior de SP, por defensivos agrícolas pode inviabilizar sua água para consumo devido aos custos de construção de uma estação de tratamento de água que eliminaria essas substâncias.

A afirmação é da professora e química Cristina Pereira Rosa Paschoalato, da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), que conclui uma pesquisa sobre o rio.

Resultados parciais desse estudo indicam que a água do Pardo está contaminada por defensivos agrícolas como o diuron e hexazinona. Cristina conta que foram feitas várias amostragens e os herbicidas foram identificados em várias delas.

Para ela, o rio Pardo será uma fontes de água potável para quando a capacidade de extração de água de poços artesianos de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) ficar comprometida pela alta demanda e pelo rebaixamento do nível do aquífero Guarani.

O fato de o rio cortar regiões produtoras de cana-de-açúcar, diz ela, influencia no grau de contaminação.

“Cerca de 90% das usinas de cana-de-açúcar aplicam diuron e hexazinona”, afirma a professora.

Ela conta que os dois herbicidas não estão na lista de proibidos da portaria 518 do Ministério da Saúde, que traz normas para manter a qualidade das águas dos rios.

A pesquisadora espera, no entanto, que na reforma da portaria 518 do Conama, que define os padrões de potabilidade da água, esses dois compostos passem a integrar a lista de substâncias controladas e monitoradas.

Cristina diz que sua pesquisa simulou os produtos numa estação de tratamento e que as substâncias “passaram direto”, indicando que isso ocorreria também numa ETE convencional.

A pesquisa é realizada pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e pelo Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto), em parceria com a Unaerp.

O Daerp afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a pesquisa continua em andamento e que qualquer análise nesse momento será prematura.
“Vamos esperar o fim da pesquisa para ver que medidas preventivas serão tomadas”, afirma a assessoria.

Já a Unica (representante das usinas) informou que se manifestaria depois de ter acesso à pesquisa completa.