Itamar Franco, amigo de hoje e sempre

 

Da Página do MST

 

O presidente Itamar Franco foi convidado para participar do 5° Congresso do MST, realizado em junho de 2007, em Brasília.

Itamar não pôde participar, por problemas pessoais, mas enviou uma carta aos 18 mil trabalhadores acampados e assentados, que participavam da atividade.

 

Da Página do MST

 

O presidente Itamar Franco foi convidado para participar do 5° Congresso do MST, realizado em junho de 2007, em Brasília.

Itamar não pôde participar, por problemas pessoais, mas enviou uma carta aos 18 mil trabalhadores acampados e assentados, que participavam da atividade.

“Reafirmo meu compromisso com a defesa irrestrita da Reforma Agrária, como condição para democratizar a concentrada estrutura fundiária, como condição de distribuição de riqueza, de geração de renda, de trabalho, de diminuição da violência e de preservação do meio ambiente”, escreveu Itamar.

O presidente morreu em decorrência de um acidente vascular cerebral na manhã de anteontem. Itamar estava internado desde o dia 21 de maio no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, quando foi diagnosticado com leucemia.

Itamar completou 81 anos no último dia 28 de junho. Ele assumiu a Presidência após a renúncia de Fernando Collor de Mello e governou o Estado de Minas Gerais entre 1999 e 2003.

Abaixo, leia a carta do ex-presidente Itamar Franco ao MST.

Do amigo de hoje e sempre

 

Parabenizo o Movimento dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais Sem Terra pela realização do 5° Congresso Nacional.

Manifesto meu afeto, respeito e admiração pela existência de uma democrática, legitima e autônoma organização representante dos trabalhadores e trabalhadoras rurais do nosso país. “Oxalá” que em nosso meio, a exemplo de vocês, eclodissem inúmeros, diversos movimentos sociais comprometidos com a organização e com o elevar do nível de consciência do povo Brasileiro.

Reafirmo meu compromisso com a defesa irrestrita da Reforma Agrária, como condição para democratizar a concentrada estrutura fundiária, como condição de distribuição de riqueza, de geração de renda, de trabalho, de diminuição da violência e de preservação do meio ambiente.

Orgulho-me de ter sido o primeiro presidente da República a receber o MST no Palácio da Alvorada.

Orgulho-me de, como Governador do Estado de Minas Gerais, termos juntos combatido a privatização de setores estratégicos como a usina hidrelétrica de  FURNAS e a Central Elétrica de Minas Gerais (CEMIG). Em Minas, em nossa gestão, não privatizamos as estradas e nenhum mineiro nunca pagou pedágio para trafegar em nossas rodovias.

Orgulho-me de, em minha gestão, nunca ter comprido nenhuma liminar de reintegração de posse contra aqueles que nada mais querem a não ser um pedaço de terra para o digno trabalho.

Mesmo quando o então presidente da república determinou que o exército invadisse nosso estado para enfrentar o MST que se encontrava nem sua fazenda. Em respeito à autonomia dos estados federativos solicitei que o exercito  não adentrasse o solo mineiro, porque com os sem terra tenho diálogo e respeito.

Determinei e cunhei a frase junto aos meus comandados da polícia militar “Reforma Agrária no meu governo não é caso de policia, mas de política”.

Como vocês, somo-me à justa trincheira da construção e defesa de um projeto nacional, democrático e soberano, que garanta o desenvolvimento, emprego e valorização do trabalho e que efetivamente melhore as condições de vida da nossa gente.

Parabéns MST, contem comigo,

Do amigo de hoje e sempre,

Itamar Franco
Belo Horizonte 13 de Junho do ano de 2007.