Jornada de lutas dos trabalhadores rurais sinaliza conquistas em Alagoas


Por Rafael Soriano
Da Página do MST

 

Os movimentos sociais que lutam pela Reforma Agrária, em Jornada Nacional de Lutas desde o início da semana, forma recebidos nesta quarta-feira (24/8) pela diretoria adjunta da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), em Paulo Afonso (BA), onde foi negociadas medidas de desenvolvimento local para o semi-árido.


Por Rafael Soriano
Da Página do MST

 

Os movimentos sociais que lutam pela Reforma Agrária, em Jornada Nacional de Lutas desde o início da semana, forma recebidos nesta quarta-feira (24/8) pela diretoria adjunta da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), em Paulo Afonso (BA), onde foi negociadas medidas de desenvolvimento local para o semi-árido.

Em Maceió (AL), audiências com a superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e com o governo do estado encaminharam a resolução das pautas apresentadas.

Os representantes dos órgãos nacionais que sentaram à mesa com os movimentos do campo se comprometeram a encaminhar a pauta da Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina para resolução no âmbito do governo federal.

A pauta cobra a renegociação e anistia de dívidas dos agricultores, o assentamento de 60 mil famílias ainda este ano e a valorização da educação do campo com financiamento garantido.

No segundo dia de ocupação do Complexo de Paulo Afonso por 1.000 famílias de trabalhadores do campo, a diretoria adjunta da Chesf foi ao encontro do movimento para negociação.

Na reunião, medidas de fomento à agricultura familiar e agroecológica, convívio com o Semi-Árido e acesso à comunicação digital foram asseguradas pela companhia, a partir da construção de cisternas, estruturação de quintais produtivos e instalação de telecentros em áreas de assentamento da região.

Governo estadual

Em paralelo, os movimentos sociais presentes na mobilização na capital alagoana também foram ouvidos pelo governo de Alagoas. Em reunião coordenada pelo Secretário do Estado de Articulação Social, Claudionor Araújo, e com a presença do Diretor do Departamento de Estradas e Rodagens, Marcos Vital, do Secretário de Estado de Agricultura, Jorge Dantas e outras representações governamentais, foram encaminhadas demandas estruturais para a Reforma Agrária.

Um dos pontos recorrentes em negociações, a destinação das terras do falido banco estadual Produban para fins de Reforma Agrária, depende agora de encaminhamentos técnicos do Incra para finalmente se tornar realidade. Ainda foram encaminhados a construção de estradas e o desenvolvimento de um programa de fomento à produção, a ser submetido ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecoep).

Os movimentos foram recebidos pela manhã por Lenilda Lima, superintendente do Incra em Alagoas, para reforçar as demandas nacionais e reivindicar celeridade na política de Reforma Agrária em nível local, liberação de crédito e estruturação das áreas de assentamento, além da obtenção de terras.

A partir do compromisso positivo da superintendente, nesta quinta-feira aconteceram reuniões com setores de crédito, topografia e outros do Incra.

Apesar das negociações das pautas em nível local, 2.000 agricultores permanecem em vigília, na espera das respostas às pautas nacionais, prometidas pela presidenta Dilma para esta sexta-feira.

Mais de 17 estados foram mobilizados nesta jornada e mais de 4.000 Sem Terra acampam em Brasília na Esplanada dos Ministérios, inclusive uma delegação de 100 alagoanos.

A Via Campesina negocia com ministérios, Congresso e Presidência da República o assentamento de 100.000 famílias por ano a partir de 2012, reestruturação do orçamento do Incra e políticas de desenvolvimento para áreas de Reforma Agrária em todo país, como agroindustrialização e acesso à escolarização.

Veja mais fotos das mobilizações em Alagoas.