Pontal avança para ser principal pólo produtor de farinha de SP

 

 

Por Vanessa Ramos
Da Pàgina do MST

Há algum tempo, trabalhadores rurais assentados na região do Pontal do Paranapanema, no extremo-oeste do estado de São Paulo, vem tentando encontrar formas para gerar renda e melhorar as condições de vida na região.

Uma alternativa surgiu no início deste ano, a partir de uma parceria firmada entre a Cooperativa dos Assentados da Região do Pontal do Paranapanema (Cocapar) e uma indústria localizada na região.

Apesar de ser recente, o projeto já rende bons frutos. Cerca de 1.040 toneladas de farinha de mandioca já foram vendidas para à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que será destinada às cestas alimentares distribuídas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Metade do produto já foi entregue.

Aproximadamente 350 famílias camponesas são beneficiadas pela iniciativa. O objetivo, agora, é transformar a área do Pontal no principal pólo produtor de farinha do estado. 

Segundo Rodrigo Lopes, do Setor de Produção do MST, pesquisas apontam que o que conduz a produção é a agroindústria. Por isso, é importante que a cooperativa tenha a sua própria indústria de farinha. “Vender produto in natura não agrega valor. Assim, esperamos que a parceria não seja permanente”, afirmou.

Atualmente, estão sendo entregues 80 mil quilos de farinha por semana. Apesar disso, de acordo com Lopes, a região tem condições de produzir ainda mais. Porém, destacou que o importante mesmo é fazer crescer a produção de mandioca na região, a fim de atingir a escala necessária para viabilizar a indústria.

Como funciona

O projeto funciona da seguinte forma: os agricultores plantam a mandioca e produzem a farinha, enquanto a indústria embala. É produzida uma tonelada e meia de farinha. Oitenta mil quilos por semana. Desse total, 400 quilos de farinha são embalados com a própria marca da cooperativa, Raízes da Terra.

“Foi feito dessa maneira para incentivar o plantio de mandioca, gerar mais renda para os agricultores e, sobretudo, alavancar a construção de cooperativas na região”, contou Valmir Rodrigues Chávez, coordenador da Cocapar e militante do MST.

O projeto atende assentamentos dos municípios de Rosana, Euclides da Cunha Paulista, Teodoro Sampaio, Sondovalina, Mirante do Paranapanema, Marabá Paulista, Presidente Venceslau e Presidente Bernardes.