Produção hortifrutigranjeira em Santa Catarina



Por Vanessa Ramos
Da Página do MST

 

Fundada há cinco anos, a Cooperativa Regional de Industrialização e Comercialização Dolcimar Luiz Bruneto – Cooperdotchi -, com sede no município de Rio Negrinho, em Santa Catarina, foi idealizada por famílias assentadas na região. O objetivo inicial era criar uma oportunidade para a comercialização dos produtos que as famílias produziam.

Mas, a Cooperdotchi cresceu e, hoje, ela fomenta a produção hortifrutigranjeira na região. Cerca de 10 municípios já recebem produtos da Cooperativa, que comercializa mais de 30 produtos, entre eles abóbora, cenoura, repolho, couve-flor, beterraba, cebolinha, salsinha, aipim, feijão, alface, milho e produção de conservas.

Em junho do ano passado, a Cooperdotchi passou a fornecer produtos para a o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que é desenvolvido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e visa à distribuição de alimentos da agricultura familiar para as pessoas em situação de insegurança alimentar.

O próximo passo, segundo Lucídio Ravanello, da Direção Estadual do MST-SC e membro do Conselho Administrativo da Cooperdotchi, é investir na agroindústria. Para tal, eles vêm discutindo com seus parceiros – Conab, Incra, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e prefeituras – a melhor maneira de fazer essa transição.

“Pretendemos investir na agroindústria, mas, não aquela agroindústria pesada, cheia de maquinário. Inicialmente, queremos apenas processar uma parte dos produtos in natura e manter as suas características naturais, principalmente nos alimentos direcionados às escolas, porque os sais minerais e as vitaminas são itens importantes para a alimentação das crianças”, ressalta Ravanello. 

Atualmente, 160 agricultores integram o quadro de cooperados. No entanto, todos os anos mais agricultores entram para a Cooperativa. A meta, segundo Ravanello, é a cada ano aumentar o quadro social da Cooperativa em 30%. A procura pela cooperativa, de acordo com o assentado, é muito grande tanto pelos nossos assentados quanto pelos pequenos agricultores dessa região.

“Apesar disso, nós temos um pouco de cuidado no sentido de as pessoas não aderirem a Cooperativa só por questão comercial, que também é importante, mas, precisamos fazer todo um processo de formação, porque a Cooperativa também tem que ser um instrumento da classe trabalhadora, não somente um instrumento econômico”, comenta.

O intuito da preocupação, informou Ravanello, é garantir que a Cooperativa cresça, implementado um modelo tecnológico na região, em que o orgânico e a agroecologia sejam os pontos principais. “Não podemos dizer que nossa produção é 100% orgânica, porque não são, mas, estamos fazendo investimento junto à UFSC na área de biofertilizante”, contou Ravanello.

Entre julho e dezembro do ano passado, a Cooperdotchi comercializou 434.360 quilos de hortifrutigranjeiros, no valor total de R$ 913.500,00. Esses produtos foram doados a 26 entidades assistencialistas da região.