As “falsas soluções” da COP 17 para a crise climática
Conheça abaixo a posição da Via Campesia Internacional na 17 ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP17), que será realizada em Durban, na África do Sul, de 28 de novembro a 9 de dezembro de 2011.
Mais de 200 agricultores, mulheres e homens da África, Europa, América Latina e Caribe, que representam pequenos agricultores de todo o mundo e praticam a agroecologia que detêm o aquecimento global.
Declaração da Via Campesina em Durban
Conheça abaixo a posição da Via Campesia Internacional na 17 ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP17), que será realizada em Durban, na África do Sul, de 28 de novembro a 9 de dezembro de 2011.
Mais de 200 agricultores, mulheres e homens da África, Europa, América Latina e Caribe, que representam pequenos agricultores de todo o mundo e praticam a agroecologia que detêm o aquecimento global.
Declaração da Via Campesina em Durban
Estamos aqui em Durban, África do Sul, onde a Conferência das Partes das Nações Unidas, discutindo soluções para a crise climática. Podemos ver que o futuro da Mãe Terra e da Humanidade está em perigo, porque os responsáveis pela destruição da natureza estão tratando de escapar de sua responsabilidade e de apagar a história.
Nós da Via Campesina – o movimento global de camponeses e camponesas e de agricultores familiares – estamos severamente impactados em ver como os países desenvolvidos querem escapar de sua responsabilidade histórica para fazer reais reduções das emissões de carbono e pressionam para criar falsas soluções de mercado para a crise climática.
Aqui em Durban, eles estão discutindo um ‘Novo mandato’, que sairá da COP 17, contendo mecanismos de mercado e um sistema voluntário de adesão, para que desta maneira possam escapar do sistema obrigatório para a diminuição das emissões.
Os países desenvolvidos estão trabalhando duro para escapar de sua responsabilidade histórica e não pagar sua dívida climática, pressionando o fundo climático verde, que inclui capital privado e o Banco Mundial.
Há ainda pressões para incluir a agricultura nas negociações, tratando-a como uma fonte de carbono e não como fonte de alimentos e de vida. A partir destes rumos nas negociações, é preferível não ter nenhum acordo a aprovar um que condene a humanidade e nosso planeta a uma catástrofe climática futura.
Estamos agora em um dos piores momentos para a agricultura, para pequenos camponeses e para a natureza. Os impactos das mudanças climáticas estão piorando progressivamente, produzindo os piores resultados, destruição do meio ambiente, dos povos e provocando mortes por fome.
O futuro da humanidade e do planeta está em um perigo crítico e, se essas falsas soluções forem aceitas, será uma catástrofe para a natureza, para as futuras gerações e para todo o planeta.
Por essa razão, pedimos aos governos em negociação:
– Todos os países do Hemisfério Sul devem se levantar por seus povos e defender o planeta com dignidade e convicção.
– Todos os países desenvolvidos devem fazer cargo de sua responsabilidade histórica, por causar a crise climática e pagar sua dívida e seu compromisso em reduzir, ao menos, 50% de suas emissões, baseados nos níveis de 1990, sem nenhuma condição e excluindo o Mercado do Carbono ou qualquer outro tipo de mecanismo.
– Todos os países devem escutar e trabalhar por seus povos e não se submeter ao controle das corporações multinacionais e suas políticas.
– Todos os países devem deixar de tentar salvar o capitalismo e têm de proteger seus povos, incluídos os camponeses, para que não paguem por sua crise financeira e econômica.
Nós, como Via Campesina, propomos a implementação do acordo global dos povos que se fez em Cochabamba, na Bolívia. E aqui em Durban e nas milhares de Durban ao redor do mundo, reafirmamos nossas soluções à crise climática.
-O aquecimento global deve crescer somente um grau centigrado
– Países desenvolvidos devem reduzir as emissões em 50%, baseado nos níveis de 1990, sem nenhuma condição e excluindo o mercado do carbono e outro tipo de mecanismos.
-Os países desenvolvidos devem se comprometer a pagar sua dívida climática e dar fundos de pelo menos 6% de seu PIB.
– Todos os fundos devem ser públicos e livres do controle do Banco Mundial e corporações privadas.
-Todos os mecanismos de mercado devem parar, incluindo REDD, REDD++ e a proposta dos mercados do carbono para a agricultura.
Nós, da Via Campesina, reivindicamos que a modificações da Mãe Natureza terminem e recusamos os mecanismos do Mercado de Carbono.
Também recusamos a proposta de incluir no programa de trabalho a agricultura em suas negociações. Não estamos de acordo com as propostas dos mecanismos de mercado ao redor da agricultura.
Temos as soluções reais para a crise climática e chamamos os governos para perceberem isso antes que seja demasiado tarde: a agricultura camponesa sustentável e agroecológica esfria o planeta.
A soberania alimentar é a solução.
A agricultura campesina não está à venda.
Globalizemos a luta, Globalizemos a esperança!