MST faz homenagem a lutadora internacionalista Renée de Carvalho
Por Solange Engelmann
Da Página do MST
Os militantes da Direção Nacional do MST, composta por companheiras e companheiros de 23 estados, fizeram uma homenagem a militante socialista e lutadora do povo Renée France de Carvalho, de 87 anos, na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema-SP, na sexta-feira (23/3).
Por Solange Engelmann
Da Página do MST
Os militantes da Direção Nacional do MST, composta por companheiras e companheiros de 23 estados, fizeram uma homenagem a militante socialista e lutadora do povo Renée France de Carvalho, de 87 anos, na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema-SP, na sexta-feira (23/3).
Durante o ato, Renée fez uma relato da sua trajetória de luta e resistência na França e no Brasil. Ela plantou a muda de árvore, como forma de deixar suas raízes no centro de formação, e concedeu autógrafos de seu livro “Renée France de Carvalho, Uma vida de lutas”, lançado este ano pela editora fundação Perseu Abramo.
Durante o ato, a coordenadora nacional MST em Goiás, Rosana Fernandes, disse que é necessário dar continuidade à luta de classes no Brasil e que os Sem Terra atuam na construção da unidade da classe trabalhadora. “A nossa luta não é só pela terra, mas também pelo socialismo. A terra para nós significa a liberdade para a classe trabalhadora”, afirma.
Renée é uma militante internacionalista, que nasceu em 1925, em Marselha, na França, onde participou ativamente da luta contra o nazismo, atuando como guerrilheira na Frente Popular. Nessa época, as mulheres não participavam da luta armada, mas atuavam em outra frente: na retaguarda, serviço de sustentação e inteligência.
“Renée France participou das ações de apoio à Frente Popular. Vivendo em uma época extremamente conturbada, foi vigorosa combatente contra o nazifascismo. Desde os primeiros dias da ocupação da França pelo exercito alemão, Renée engajou-se na luta contra os nazistas e os que o apoiavam na França”, relata Marly Vianna, na apresentação do livro.
Na França, ela conheceu o dirigente comunista brasileiro Apolônio de Carvalho, que combateu na Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e na Resistência Francesa contra a ocupação nazista (1942-1944), com quem se casou e conviveram por 62 anos. Ao chegar clandestinamente no Brasil em 1947, juntamente com Apolônio, militou no PCB (Partido Comunista Brasileiro) e participou da fundação do PT (Partido dos Trabalhadores).
Memória
Segundo Renée, o objetivo do livro não é dar lições, mas relatar a luta e resistência de uma geração que nasceu entre duas guerras, na Espanha e França, e se organizou para lutar contra a opressão. “A época da Frente Popular na França e Espanha [na década de 30 do século XX], marcou porque estava em curso uma espécie de revolução cultural, em que se lutava por melhores condições de trabalho e direitos”, explica.
As Frentes Populares na França e Espanha eram formadas por partidos de centro e esquerda, que lutavam por melhores condições de vida e trabalho, e chegaram ao poder através das eleições.
A obra “Renée France de Carvalho, Uma vida de lutas” contextualiza a trajetória de vida, resistência e opressão que a militante vivenciou na França e no Brasil. É organizada pela historiadora marxista Marly de Almeida Gomes Vianna, René Louis de Carvalho (seu filho) e pelo professor Ramón Peña Castro.