Petroleiros iniciam greve nesta quinta em todas as unidades da Petrobrás
Da FUP
Seguindo os indicativos da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e de seus sindicatos filiados, os trabalhadores da Petrobrás e subsidiárias aprovaram greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, 17. Os petroleiros exigem a suspensão imediata do leilão de Libra, a maior e mais importante descoberta de petróleo dos últimos anos, que o governo pretende ofertar às empresas privadas no próximo dia 21.
Da FUP
Seguindo os indicativos da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e de seus sindicatos filiados, os trabalhadores da Petrobrás e subsidiárias aprovaram greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, 17. Os petroleiros exigem a suspensão imediata do leilão de Libra, a maior e mais importante descoberta de petróleo dos últimos anos, que o governo pretende ofertar às empresas privadas no próximo dia 21.
Outro ponto central da greve é a retirada de tramitação do Projeto de Lei 4330, que sob o pretexto de regulamentar a terceirização, piora consideravelmente as condições de trabalho e ataca direitos históricos da classe trabalhadora. Além disso, os petroleiros lutam por avanços na campanha reivindicatória, cuja proposta apresentada pela Petrobrás no dia 07 foi amplamente rejeitada pelos trabalhadores.
A greve foi aprovada em todas as bases da FUP, de Norte a Sul do país, e começa a partir da zero hora desta quinta nas refinarias, terminais de distribuição, plataformas de petróleo, campos terrestres de produção, usinas de biodiesel, termoelétricas e unidades administrativas da Petrobrás, Transpetro e demais subsidiárias. Apenas na Lubnor, no Ceará, os trabalhadores farão uma assembleia na manhã de quinta para avaliar de aderem à greve, que foi aprovada nas demais bases do estado.
Na Bahia, o Sindicato dos Petroleiros, junto com a CUT, iniciou nesta quarta-feira, 16, uma grande mobilização com os trabalhadores terceirizados que atuam nas unidades do Sistema Petrobrás. Na Bacia de Campos, a orientação do sindicato é de que os trabalhadores das 42 plataformas que aprovaram a greve realizemassembleias simultâneas em todas as salas de controle a partir das 19 horas desta quarta para estabelecer estratégias de parada de produção, entrega da plataforma e solicitação de desembarque.
A greve dos petroleiros contará com a participação dos trabalhadores terceirizados que atuam nas unidades da Petrobrás e subsidiárias, já que uma das principais reivindicações da FUP é de que a estatal crie um fundo garantidor para proteger esses trabalhadores dos calotes recorrentes das prestadoras de serviço. Sindicatos que organizam os terceirizados, como metalúrgicos, construção civil, vigilantes, entre outras categorias, atuarão em conjunto com os petroleiros ao longo de toda a greve.
Luta para barrar o leilão de Libra e o PL 4330
Nesta quinta-feira, 17, data do início da greve dos petroleiros, vários atos e manifestações públicas tomarão as principais capitais do país, denunciando os riscos à soberania e os prejuízos que a nação brasileira terá caso Libra seja apropriado por petrolíferas transnacionais. Nos últimos meses, a FUP e os sindicatos de petroleiros têm realizado uma intensa campanha junto com os movimentos sociais para impedir que o governo privatize o campo de Libra. No aniversário de 60 anos da Petrobrás, no dia 03 de outubro, a categoria parou por 24 horas, em protesto contra o leilão.
Libra foi descoberto pela Petrobrás e tem reservas entre 12 e 15 bilhões de barris, um patrimônio estimado em 1 trilhão e 500 bilhões de dólares. “Por lei, o governo pode permitir que esse reservatório fique inteiramente com a estatal, mas, em vez disso, quer entregar o tesouro às multinacionais”, alerta o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes.
Para os petroleiros, o leilão de Libra e o Projeto de Lei 4330 colocam em risco não só a soberania e o desenvolvimento do país, mas também direitos e condições de trabalho. “Ao liberar a terceirização de atividades fim e acabar com a responsabilidade solidária das empresas contratantes, o PL 4330 deixa os trabalhadores, principalmente os petroleiros, ainda mais vulneráveis à precarização”, ressalta Moraes.