Reforma Agrária pode tirar Pontal da 2ª região mais pobre de SP
Da Página do MST
Confira a nota da coordenação regional do MST no Pontal do Paranapanema sobre a Reforma Agrária na região em 2013, um dos piores anos da história da Reforma Agrária no Brasil.
Nela, os Sem Terra afirmam que a ofensiva dos interesses do capital, do poder do agronegócio sobre o Estado e também pela ausência de decisão política por parte dos governantes tem levado muitas derrotas à luta pela terra.
Entretanto, apenas ela é capaz de “mudar nossa condição de 2ª Região mais pobre do estado de São Paulo. Ou defendemos a Reforma Agrária como alternativa ao modelo do agronegócio ou toda população irá pagar o preço. Os mais pobres já estão sofrendo com essa fatura”.
Confira:
Mais um ano que termina e a Reforma Agrária continua sem saída! 2013 entrará para a história pelas lutas e mobilizações protagonizadas pela juventude cobrando mais direitos e mudanças estruturais no sistema político brasileiro, mas também por ter sido um dos piores anos para a Reforma Agrária.
Há alguns anos a luta pela Terra e pela Reforma Agrária tem sofrido muitas derrotas, conseqüência da ofensiva dos interesses do capital, do poder do agronegócio sobre o Estado e também pela ausência de decisão política por parte dos governantes.
Enquanto isso famílias Sem Terra resistem embaixo do barraco de lona enfrentando vento, chuva e sol quente na esperança de conquistar a terra e uma vida digna para criar os filhos e produzir alimentos saudáveis para o povo brasileiro, livre de transgênicos e agrotóxicos que envenenam os alimentos básicos que consumimos e causam vários tipos de doenças, distúrbios e câncer que a cada ano mata mais gente.
Só a Reforma Agrária pode mudar nossa condição de 2ª Região mais pobre do estado de São Paulo. Para isso se faz necessário uma tomada de posição por parte da sociedade, a luta não é só do MST e dos movimentos de luta pela terra.
Leia mais:
Projeto de Lei pretende autorizar o cultivo de cana na Floresta Amazônica
Sem Terra mantêm Incra ocupado em TO e pedem reunião com superintendente
Realizar a Reforma Agrária é democratizar o acesso a terra e democratizar a sociedade de modo geral! Ou defendemos a Reforma Agrária como alternativa ao modelo do agronegócio ou toda população irá pagar o preço. Os mais pobres já estão sofrendo com essa fatura.
Está mais que provado o poder destrutivo do agronegócio sobre a natureza, no envenenamento em larga escala dos alimentos, rios e nascentes, no aumento da miséria no campo, na concentração de terras, bens e riquezas usurpada dos trabalhadores e de todo o povo.
Só a luta faz valer! Esse é o lema que move os Sem Terra a persistir, mesmo que algumas famílias estejam a mais de 10 anos acampadas, não desanimamos e permaneceremos lutando contra a barbárie do capital, a ganância do latifúndio e exigindo que os órgãos governamentais efetivem a política de distribuição de terra e da Reforma Agrária.
Estamos em luta a mais de dois anos reivindicando a assinatura do convênio entre o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para arrecadar as terras públicas do Pontal do Paranapanema para assentar as famílias acampadas.
Porém, até o momento tal ação ainda não se concretizou, mesmo com várias das áreas já terem sido julgadas no Supremo Tribunal Federal (STF). É nesse sentido que – entendendo que a Reforma Agrária é uma luta de todos – pedimos o apoio de parlamentares, entidades, sindicatos, partidos e organizações da sociedade civil para pressionar os órgãos responsáveis pela realização da Reforma Agrária nas terras da Região do Pontal do Paranapanema, em especial nas fazendas Nazareth (Marabá Paulista), São Domingos (Sandovalina) e Santa Rosa II (Mirante do Paranapanema).
Exigimos dos órgãos competentes agilidade na assinatura do convênio das terras públicas e assentamento imediato das famílias acampadas para garantir o desenvolvimento social, econômico e cultural da nossa região.
Seguiremos honrando os compromissos assumidos com os trabalhadores Sem Terra e desempregados na luta pela terra, pela Reforma Agrária e por Justiça Social.
Coordenação regional do MST
Presidente Prudente, 5 de dezembro de 2013
Lutar, Construir Reforma Agrária Populat!
Manifesto dos Trabalhadores Sem Terra em Defesa da Reforma Agrária na Região do Pontal do Paranapanema