Movimentos sociais batalham lado a lado em defesa dos povos indígenas
Por Karina Vilas Boas
Da Página do MST
Em Mato Grosso do Sul, o MST junto a outros movimentos sociais, sindicais e indígenas do estado repassaram aos dirigentes do MST Nacional uma carta relatando a situação dos conflitos de terra referentes à questão indígena em Mato Grosso do Sul.
Por Karina Vilas Boas
Da Página do MST
Em Mato Grosso do Sul, o MST junto a outros movimentos sociais, sindicais e indígenas do estado repassaram aos dirigentes do MST Nacional uma carta relatando a situação dos conflitos de terra referentes à questão indígena em Mato Grosso do Sul.
O documento foi repassado à presidenta Dilma Rousseff na tarde desta segunda-feira (15), quando representantes nacionais do MST participaram de uma audiência com ela para apresentar as principais pautas de luta do MST para o novo governo.
Nesta quarta-feira (17) lideranças políticas de MS, dos movimentos sociais e sindicais estarão em Brasília, em reunião com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para entregar o mesmo relato e exigir uma ação da União.
De acordo com Marina Ricardo Nunes, da direção nacional do MST/MS, a intenção é que a presidenta tome providências emergenciais em relação às ocupações indígenas no estado, antes que uma guerra se instaure e mais sangue inocente seja derramado.
“O sangue dos nossos irmãos indígenas está escorrendo nas terras de seus ancestrais há anos, assassinados por uma guerra que não tem fim, onde os capangas do latifúndio com suas armas de fogo sempre levam vantagem e os poderes constituídos nada fazem para resolver a situação. A maioria dos processos de demarcação está engavetado e nada se encaminha. Clamamos por justiça e ação”, disse.
Marina disse ainda que a carta entregue a Dilma denuncia principalmente a situação que estão vivendo os indígenas de Caarapó, que ocupam a área tekoha Tey’i Jusu, na margem da Reserva Tey’ikue, e estão cercados por capangas armados, que acampam ao lado da ocupação.
Recentemente lideranças indígenas foram alvos de tiros de arma de fogo e uma indígena, Julia, de 32 anos, desapareceu do local. A denúncia dos indígenas foi de que seu corpo teria sido arrastado por uma caminhonete.
Lutas
Além do relato entregue à presidenta, os Sem Terra estão realizando diversas ações em prol da Demarcação de Terras Indígenas e pela Reforma Agrária Popular.
Na segunda-feira (15), a rodovia BR-262, no trecho que liga o município de Terenos a capital Campo Grande, amanheceu totalmente paralisada. Foram cinco horas de protesto no local.
Segundo Dinho Lopes, da direção estadual do Movimento, os Sem Terra não são apenas solidário a luta pelo reconhecimento do território indígena, como irá batalhar lado a lado para que a justiça seja feita.
“Há anos assistimos o assassinato de indígenas, assim como muito dos nossos que tombaram na luta por terra e justiça social. Tudo isso por omissão dos poderes constituídos, responsáveis por agir concretamente na Demarcação e na Reforma Agrária, por isso estamos realizando estas ações, e realizaremos quantas mais forem necessárias para chamarmos a atenção dos que precisam resolver essa situação alarmante”, afirmou.