Legado de Che inspira Jornada de Trabalho Voluntário do MST no PR

Acampados e acampadas realizaram doação de alimentos nas periferias, doação de sangue e serviços de limpeza e jardinagem nas cidades do norte do Paraná
Acampamentos da região Norte do Paraná realizaram durante todo mês de outubro uma Jornada de Trabalho Voluntário e Solidariedade. Fotos: Comunicação MST-PR

Por Igor de Nadai
Da Página do MST

Em 7 de outubro deste ano, se completam 52 anos da captura e assassinato do Comandante Ernesto Che Guevara nas montanhas bolivianas. Entre o vasto legado que nos deixou, está o exemplo do trabalho voluntário na construção do socialismo cubano, logo nos primeiros anos pós-revolução.

Nos chama a atenção, e não nos cansa de admirar, ao ver as imagens do dirigente político, do estadista que foi naqueles anos, ao se misturar aos guajiros no corte da cana, aos peões na construção civil, de ver gestos comuns como chupar um gomo de cana em meio à dureza do trabalho camponês. Para ele, esse tipo de trabalho não remunerado, cumprido voluntariamente pelos trabalhadores mais conscientes, era o resultado mais concreto da consciência e um fator de desenvolvimento da consciência, uma escola prática e cotidiana de autoeducação política, que prepara e acelera a transição para a sociedade socialista.

40 camponeses Sem Terra fizeram mais uma grande atividade de doação de sangue no Hemocentro do Hospital Universitário de Londrina. Fotos: Comunicação MST-PR

Inspirados pelo legado do comandante Che e pelo exemplo de solidariedade de Cuba, os acampamentos da região Norte do Paraná realizaram durante todo mês de outubro uma Jornada de Trabalho Voluntário e Solidariedade com as cidades de Centenário do Sul, Florestópolis e Londrina.

Em Florestópolis, já é a terceira vez que os acampados e acampadas realizam tarefas de limpeza e embelezamento de espaços públicos no município. Em Centenário do Sul, foram doados cerca de 500 quilos de alimentação saudável, entre folhas, legumes, raízes, frutas e grãos para entidades sociais e no bairro periférico da Barroca.

Ainda, dando sequência à atividade da jornada das mulheres Sem Terra em março deste ano, 40 camponeses Sem Terra fizeram mais uma grande atividade de doação de sangue no Hemocentro do Hospital Universitário de Londrina.

Segundo a jovem acampada Ingrid Franchi, de 26 anos, que no dia participou da doação de sangue, “fazemos essas atividades em memória do nosso comandante Che, sendo realizadas principalmente nesse mês devido à data de sua morte. É uma forma de manter a sua chama sempre acesa, de relembrar o quanto Che foi generoso com os outros povos e com seus companheiros”.

Legado como prática permanente

O legado se concretiza para além da data e do evento, e a prática se torna periódica e permanente, como parte da organização das famílias e da relação com os trabalhadores da cidade. Exemplo disso é o 2o Torneio de Xadrez da Reforma Agrária da Região Norte do Paraná, que será realizado no dia 23 de novembro, ainda como parte da programação de trabalho voluntário e de homenagens ao comandante. A ação se relaciona com o exemplo de enxadrista e estrategista que foi o médico argentino, além do plantio de árvores e inauguração de um monumento ao legado de solidariedade e trabalho voluntário de Che e do povo cubano.

*Editado por Fernanda Alcântara