Construir a comunicação dos trabalhadores
Por Pedro Carrano*
Do Brasil de Fato
O Brasil de Fato Paraná alcança hoje sua edição de número 150, a última edição neste 2019, quarto ano de vida. Somos uma cooperativa composta por jornalistas inseridos em movimentos populares.
No plano nacional, estamos em nove estados. No Paraná, nosso jornal hoje é um dos principais impressos de rua, falando das lutas populares e traduzindo a economia de acordo com a condição de vida da população trabalhadora.
Mesmo num momento de crise de publicações impressas, cada vez mais nos profissionalizamos para receber anúncios de campanhas progressistas da sociedade, afinal a mídia popular também necessita de recursos para se manter, para ganhar escala e ampliar nossas vozes na sociedade.
Em tempos nos quais pesquisa recente da Câmara aponta que, entre os entrevistados, 79% tem o Whatsapp como principal meio de informação, é normal nos questionarmos sobre a relevância do jornal impresso. Ao mesmo tempo, é a hora de afirmar que nosso jornal é um centro gerador de conteúdo, que alimenta várias plataformas – Facebook, Web Rádio, Instagram.
Mas só conseguimos uma ação de comunicação em escala quando contamos com a ação das pessoas que usam o jornal no seu cotidiano. Vários coletivos têm o jornal como ferramenta para dialogar com a população, para denunciar a atual tentativa de Bolsonaro de acabar com os direitos trabalhistas e sociais, com as empresas e a universidade pública.
Organizados para distribuir até 20 mil jornais em apenas uma manhã na capital e em mais de 20 cidades do interior, geramos momentos de diálogo sobre temas importantes. Ações de comunicação com impacto.
Um desafio é, também, a partir da experiência do jornal, socializar ao máximo nosso conhecimento em comunicação com essas organizações populares, de forma a ajudá-los a desenvolver suas próprias ferramentas de comunicação. Um dos objetivos de 2020 é fortalecer esse aporte aos movimentos populares com cursos de comunicação popular.
*Coordenador do Brasil de Fato Paraná
Edição: Lia Bianchini/ Brasil de Fato