Mulheres internacionalistas ressaltam a importância do MST na luta contra o capital
Da Página do MST
Rosario, Mariana, Rosalinda e Florence compuseram a delegação internacional que participou do I Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra.
Integrantes do coletivo nacional feminista do Movimento Nacional Campesino Indígena (MNCI) -Somos Tierra na Argentina, membro da CLOC e da Via Campesina, Rosario e Mariana também estão ativamente envolvidas na preparação do primeiro encontro de mulheres do MNCI -‘Somos Tierra’.
“Entendemos o feminismo como algo que transversa nossa organização como um todo. Em todo o momentos devemos discutir as questões do patriarcado, da sexualidade, do trabalho e também de saúde entre nós”, frisam as duas militantes.
O MNCI foi criado em 2006. O movimento é organizado através de uma rede de organizações campesinas regionais. Como o MST, atua com uma visão política ampla da questão agrária que preconiza pela transformação da sociedade. As atividades envolvem programas de formação, trabalho com produção e luta pelo acesso à terra.
Rosalinda conta que conheceu o MST em 2001 durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre em uma atividade sobre trabalho campesino.
Inspirada nas metodologias do MST, ela decidiu, juntamente com sua equipe, participar do encontro nacional para que todas pudesse vivenciar de perto as práticas do Movimento Sem Terra.
A proposta de C2C é de organizar os campesinos para fortalecer suas lutas e torna-las vitoriosas. As metodologias envolvem formações, trabalho de base, práticas de democracia participativa, reuniões e místicas. Um dos objetivos do grupo já que fundou um sindicato de campesinos independentes que hoje reúne 3000 mil trabalhadores, é multiplicar as cooperativas.
“A questão campesina vai muito além de uma simples questão sindical. Envolve o racismo, a discriminação de gênero, a herança do colonialismo, a luta de classe, a xenofobia. Nos queremos dar força a todas essas lutas a partir das forças que já existem nas comunidades. E por isso o MST foi uma grande fonte de inspiração”, diz Rosalinda.
Outra militante internacionalista é Florence Poznanski, secretária executiva nacional do Partido de Esquerda na França. Residente no Brasil há quase 10 anos, ela cuida da relação do partido com América Latina.
“O Movimento Sem Terra é um exemplo para Europa, onde a ofensiva do neoliberalismo obriga nossas organizações políticas a se reinventar” , diz Florence.
Ela destaca que o partido é ecosocialista, considera que o fim do capitalismo só pode acontecer através de uma profunda transformação no sistema de produção seguindo os princípios da ecologia política, adequando o sistema mundial as exigências das mudanças climáticas e reformulando as relações de poder entre seres humanos, a terra e bens comuns.