No MA, MST soma esforços no combate ao coronavirus
Por Mariana Castro
Da Página do MST
Em meio à onda de desinformação provocada pelo massivo
compartilhamento de fake news, o MST do Maranhão tem atuado em conjunto com entidades sociais por medidas de prevenção e contenção ao Coronavírus (Covid-19) no estado. Os movimentos coletam dados que primam pela coerência e respeito às determinações da Organização Mundial da Saúde e cobram ações emergenciais de órgãos do Governo do Estado, Ministério Público, Prefeituras e Defensoria Pública.
Em carta protocolada em São Luís no dia 30 de março ao governador
Flávio Dino, o MST, em conjunto com o Movimento Interestadual de Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), o Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN-MA) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) cobram que Dino não ceda às pressões do setor empresarial, em detrimento da vida. E dessa maneira, siga em harmonia com as experiências de outros países, as recomendações da OMS e congêneres, que apontam o isolamento social, apesar de difícil, como a principal medida de contenção do vírus nesse momento.
O documento solicita que sejam continuadas e reforçadas as medidas
de proteção à população maranhense, com a ampliação do sistema de
testagem e a prorrogação do prazo de isolamento social e fechamento do
comércio, que apesar de prorrogado, se encerra neste domingo (12). Em
justificativa, além das recomendações dos órgãos de saúde, consideram a
vulnerabilidade a que estão submetidas as comunidades quilombolas,
indígenas e de assentados pela ausência de equipamentos públicos de saúde em seus territórios.
Outra carta foi protocolada na última quinta (2) em Imperatriz, segunda
maior cidade do estado. Em conjunto com outras 16 entidades sociais que
compõem o Fórum em Defesa da Previdência Social Pública do município, o documento foi endereçado à Prefeitura, Câmara de Vereadores, Ministério Público e Defensoria Públicas.
Além de reforçar o pedido anteriormente feito, a carta denuncia a necessidade de fiscalização emergencial dos órgãos de controle, uma vez que mesmo em quarentena, o comércio não essencial continua em funcionamento de maneira parcial no município sem qualquer intervenção.
O MST do Maranhão também desenvolve o projeto social “Café
Solidário”. Uma equipe de voluntários prepara e fornece café da manhã
diariamente às pessoas em situação de rua, em frente ao Solar Cultural da Terra Maria Firmina dos Reis, espaço político-cultural do movimento em São Luís.
A ação tem a parceria da Pastoral do Povo de Rua, o Levante /Popular da Juventude e servidores do Sistema da Agricultura Familiar (SAF), que reúne a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (AGERP) e Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (ITERMA).
Somado às ações, o movimento tem atuado no sentido de conscientizar
a população maranhense com dados que reforçam a necessidade de
isolamento social, como o déficit das condições de aparelhamento da rede de saúde da rede pública para atender à crise, dificuldade essa que acomete todos os países em razão da alta demanda provocada pelo Covid-19 e, ainda, disseminando diariamente informações de cuidados e prevenção.
De acordo com a dirigente do movimento, Divina Lopes, é fundamental
que os movimentos populares fortaleçam suas articulações, para enfrentar a pandemia e a “crise civilizatória em todo o planeta”. E nesse sentido, atuem com ações de conscientização, solidariedade e luta de todos os povos.