Em SP, MST doa 1,5 tonelada de alimentos para trabalhadores urbanos

Na última terça-feira, dia 14 de abril, numa parceria com o Fundo Social de Solidariedade de Itaberá, cerca de 100 famílias do município receberam 1,5 tonelada de alimento
Foto: Camila Bonassa

Por Camila Bonassa
Da Página do MST


Em tempo de crise e pandemia, o MST reafirma seu princípio de solidariedade com a classe trabalhadora. No mês em que se completam 24 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, as famílias acampadas e assentadas vêm realizando ações de doação de alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Em Apiaí, os agricultores e agricultoras do acampamento Ilda Martins e do assentamento Prof. Luiz David Macedo, doaram, no início de abril, cerca de 800 quilos de alimentos produzidos de maneira agroecológica, ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município.

No sábado (11), as famílias do assentamento Pirituba II encamparam as ações com arrecadação de alimentos não perecíveis para o acampamento “8 de Março”, em Riversul. A solidariedade se estendeu também aos trabalhadores urbanos de Itararé. As cestas organizadas pela Associação Cultural Bairro Ideal foram complementadas com as hortaliças e frutas doadas pelos assentados da Agrovila V.

Na última terça-feira, dia 14 de abril, numa parceria com o Fundo Social de Solidariedade de Itaberá, cerca de 100 famílias do município receberam 1,5 tonelada de alimentos doados pelos agricultores e agricultoras do Assentamento Pirituba II.

Foto: Camila Bonassa


De acordo com Luiz Roman, da direção regional do MST, “foi possível arrecadar essa quantidade de alimentos porque pudemos contar com a contribuição das seis agrovilas que integram o assentamento.”

Os alimentos foram entregues ao Fundo Social de Solidariedade de Itaberá que organizou os kits antes de serem entregue às famílias. Telma Garcia, presidente da entidade, agradeceu a contribuição das famílias assentadas e da Rádio Camponesa pela mobilização. “Estou extremamente emocionada com tantos produtos recebidos, com toda essa mobilização. Vamos fazer kits com esses produtos e distribuir para comunidades carentes que, certamente, serão muito beneficiadas com esses produtos”.

Foto: Camila Bonassa

Vagner Carvalho, assentado da Agrovila V, lembrou que com o fim do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) as famílias que recebiam os produtos já não podem mais ser beneficiadas. De acordo com ele, através do programa, os agricultores e agricultoras chegaram a doar mais de cinco toneladas semanalmente para os municípios de Itapeva e Itaberá, reforçando o entendimento de que o programa beneficia tanto quem recebe, quanto quem produz os alimentos. Ele cobrou também a necessidade de retomada do programa.

“É muito importante a união dos movimentos sociais e que tenha cobrança por parte das prefeituras junto aos governos estadual e federal para a volta desses programas. É preciso que as prefeituras, movimentos e agricultores se organizem para isso acontecer. Para o agricultor e para quem precisa comer, o PAA é um dos melhores, senão o melhor programa que já existiu por parte do governo federal”, finalizou.

As ações promovidas demonstram a importância da discussão sobre a função social da terra e a Reforma Agrária como projeto estratégico para a soberania alimentar, que garante a produção de diversidades de alimentos saudáveis e benéficos para todo ser humano, ao invés de atender aos interesses do capital e da geração de lucro.

*Editado por Maura Silva