Seca no RS: agricultores protestam em frente ao Palácio Piratini

Ação, que segue protocolo de cuidados devido ao coronavírus, reivindica solução ao problema da estiagem e compra de produtos da agricultura familiar

Na ação, os manifestantes tomam todos os cuidados em prevenção ao coronavírus. Foto: Denis Peglow

Da Página do MST

Integrantes de entidades e movimentos do campo realizam na manhã desta sexta-feira (8), a partir das 10 horas, uma manifestação em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, para conscientizar o governo do Estado sobre a gravidade dos problemas causados pela estiagem no Rio Grande do Sul. A ação reunirá um grupo de agricultores, que seguirá um protocolo de cuidados elaborado por profissionais da saúde devido ao coronavírus.

“Nós estamos realizando esse protesto para simbolizar um pouco a situação que vivemos hoje em relação a estiagem”, relata Adelar Pretto, direção estadual do MST.

Participam o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), a União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) e o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea).

Manifestação em frente ao Palácio do Piratini, em Porto Alegre. Foto: Denis Peglow

As organizações reivindicam medidas concretas dos governos estadual e federal perante a estiagem que assola o estado. Mais de 350 municípios já decretaram situação de emergência devido à seca, o equivalente a 69% das cidades gaúchas.

Esses dois governos, estadual e federal, segundo Pretto, são irresponsáveis e inconsequentes. “Já fizemos várias conversas e nada aconteceu, é uma irresponsabilidade muito grande pelo tamanho dessa crise. É a pior seca da história do Rio Grande do Sul” aponta o Sem Terra.

Além disso, os agricultores denunciam que o governo gaúcho adquiriu mais de R$ 23 milhões em cestas básicas de atacadistas com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e não comprou nem o mínimo de 30% da agricultura familiar, conforme determina a lei.

“Nós estamos fazendo essa manifestação de forma simbólica, com todos os cuidados da saúde. E se nada for feito nós sabemos de quem cobrar essa conta. Nós não vamos ficar de braços cruzados, vamos continuar de cabeça erguida, lutando por Reforma Agrária, e por uma agricultura forte, para que as pessoas consigam produzir seu próprio alimento e também fornecer para para o povo trabalhador” finaliza Pretto.

*Editado por Fernanda Alcântara