Comunidades do MST preparam doação de alimentos em Londrina, neste sábado
Por Setor de Comunicação e Cultura do MST-PR
Da Página do MST
A diversidade da produção de 11 acampamentos e assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chegará às famílias de cinco comunidades da periferia de Londrina, neste sábado (20). Os agricultores e agricultoras preparam a doação de 32 toneladas de alimentos, entre milho verde, abóbora, mandioca, batata-doce, feijão e hortaliças variadas. Pães e bolachas caseiras, produzidas pelas próprias famílias Sem Terra, também farão parte das cestas distribuídas.
As entregas terão início às 9h nos bairros União da Vitória, Cristal, São Lourenço, Jamili Dekechi, Nova Esperança e Franciscato, na zona sul de Londrina. Às 10h, no bairro Califórnia, na zona leste, e na ocupação Flores do Campo. Às 11h na Primavera e ao meio dia nos bairros Maria Cecília e Vista Bela, ambos na zona norte.
A coordenação do MST e das associações de moradores das comunidades organizam a entrega seguindo medidas para evitar a disseminação do novo coronavírus. Desde a organização dos alimentos até o momento da entrega, a utilização de máscara e o distanciamento físico estão sendo permanentes. A doação será entregue às famílias já cadastradas e por meio de uma senha distribuída nos dias anteriores, para evitar aglomerações.
“Faremos uma grande ação de solidariedade para fazer chegar o alimento para as famílias que mais estão sofrendo com a pandemia […]. Nós estamos orientando, através da distribuição das senhas, que as pessoas venham de máscara para adquirir o seu kit de alimentos, é uma exigência para que as pessoas possam pegar o kit. Vamos nos cuidar, evitar a aglomeração”, reforça José Damaceno, da coordenação estadual do MST, assentado na comunidade Dorcelina Folador, em Arapongas.
Três semanas após a redução das medidas de isolamento no Paraná, o estado vive um aumento preocupante do número de casos e mortes pela COVID-19. São 11.085 casos confirmados e 386 mortes em decorrência da doença. Londrina tem 915 casos e 53 óbitos, segundo boletins oficiais divulgados nesta quarta-feira (17).
Os números apontam a necessidade de ampliar os cuidados e o isolamento social e também a urgência em garantir as condições para que as famílias em maior situação de vulnerabilidade possam ficar em casa.
Solidariedade que brota da terra
A ação integra a campanha nacional do MST em solidariedade às pessoas que já enfrentam a fome por consequência da pandemia do novo coronavírus e pela insuficiência de políticas públicas. Com esta doação em Londrina, as comunidades do Movimento no Paraná vão chegar a marca de 218 toneladas de alimentos saudáveis doados.
A iniciativa deste sábado envolve comunidades localizadas em sete municípios do norte do estado, que já realizaram outras doações na região desde o início da pandemia. Tudo sairá de roças e hortas doado pelos acampamentos Herdeiros da Luta de Porecatu, em Porecatu; Fidel Castro, em Centenário do Sul, Manoel Jacinto Correia e Zilda Arns, em Florestópolis; assentamentos Dorcelina Folador, de Arapongas; Eli Vive, Pari Paro e Pó de Serra, de Londrina; Maria Lara, Centenário do Sul; Florestan Fernandes, de Florestópolis; Iraci Salete, em Alvorada do Sul; e Barra Bonita, em 1º de Maio. Pequenos agricultores de Londrina e Tamarana também vão contribuir com a ação.
No caso dos acampamentos, as famílias agricultoras estão em luta desde 2008 para garantir a permanência na terra e a efetivação da Reforma Agrária. Em 2019, nove comunidades rurais sofreram despejo, duas delas na região norte do estado. Mais de 500 famílias que garantiam renda e auto-sustento a partir do trabalho na terra entraram nas estatísticas do desemprego e vulnerabilidade nas áreas urbanas.
*Editado por Luciana G. Console