PDS Osvaldo de Oliveira (RJ) resiste a ameaça de despejo com solidariedade
Por Coletivo de Comunicação do MST – RJ
Da Página do MST
O MST-RJ já organizou, desde o início da pandemia, uma série de ações de solidariedade por todo o estado do Rio de Janeiro. Segundo dados do Setor de Produção e Saúde da região, o movimento já doou cerca de 10 toneladas de produtos agroecológicos in-natura e processados. As entregas são feitas no Armazém do Campo da capital fluminense, em favelas e municípios próximos dos territórios da Reforma Agrária Popular. Parte desta produção está sendo entregue através da Campanha Nós por Nós, campanha de solidariedade organizada pelo Campo Popular, que realiza um trabalho organizativo nos territórios e distribui alimentos e cestas básicas em complexos de favelas no Rio de Janeiro.
Em parceria com a Rede Ecológica, cerca de 3 toneladas de alimentos foram distribuídos nas localidades e municípios próximos dos assentamentos da Reforma Agrária em Caxias e Macaé.
A pandemia do novo coronavírus aprofunda a crise econômica e política já existente no Brasil. Com uma crise econômica, desemprego, desfinanciamento das políticas públicas, aumento da informalidade do trabalho e congelamentos de investimentos públicos chega, neste contexto, a pandemia no país, agonizando e acirrando todo o conjunto de necessidades da população que tem menos recursos.
“Num momento em que a população trabalhadora precisa, e está entrando em desespero, o movimento chega com uma mensagem concreta com alimentos saudáveis e esperança de vida”, comenta o professor do serviço social da Universidade Federal Fluminense de Rio das Ostras e membro do conselho gestor do PDS Osvaldo de Oliveira, Ramiro Dulcich.
O Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Osvaldo de Oliveira, referência no estado pela produção coletiva de produtos agroecológicos é um dos assentamentos que tem realizado ações de doação de alimentos no município de Macaé, isso enquanto enfrenta ameaça de despejo.
Para Silvano Leite, assentado da reforma agrária no PDS, a preocupação das famílias do assentamento, mesmo diante de uma ordem de despejo, é a fome das outras famílias trabalhadoras. “Estamos nos organizando através do trabalho coletivo no PDS Osvaldo de Oliveira, potencializando a diversidade e quantidade de produção. Entendemos que a fome é mais devastadora do que a COVID-19 e por isso nós temos essa preocupação aqui”, diz ele.
O Coletivo Karucango, do PDS Osvaldo de Oliveira, vem desenvolvendo um programa de produção emergencial que visa a ampliação dos plantios coletivos em período de crise, buscando contribuir imediatamente com o conjunto da sociedade. Nesse sentido, estão sendo preparados em torno de dois hectares de solo (forma emergencial), para o cultivo de feijão agroecológico. “Fizemos o preparo do solo e plantamos feijão preto. Nós esperamos colher 2,5 toneladas de feijão”, explica Nelson Bernardes, integrante da direção Nacional do movimento. Além disso, há também um hectare e meio de leguminosas em pleno desenvolvimento.
*Editado por Luciana G. Console