No Rio, Marmita Solidária chega junto com o #BrequeDosApps
Por Coletivo de Comunicação MST-RJ
Da Página do MST
A Marmita Solidária, ação de movimentos populares e centrais sindicais do Rio de Janeiro, chega a sua 4ª edição no próximo sábado (25), às 11h, no centro da cidade. A iniciativa que já distribuiu cerca de 1.300 quentinhas com alimentos agroecológicos no estado se une a greve dos entregadores de aplicativo por melhores condições de trabalho.
Com o mote “comida para quem entrega comida”, a campanha vai garantir o almoço dos entregadores delivery com 300 marmitas produzidas pela agricultura familiar durante a paralisação da categoria. A atividade seguirá todos os protocolos de saúde para evitar a disseminação do coronavírus.
A greve nacional dos trabalhadores delivery reivindica fixação do valor da entrega por tabela, aumento da taxa mínima, fim dos bloqueios e desligamentos de forma injusta, uma legislação específica para os entregadores de aplicativo e o auxílio-pandemia, com fornecimento de EPIs e licença remunerada em caso de afastamento pelo coronavírus.
“Os entregadores de aplicativos passam por condições indignantes do cotidiano de trabalho, são submetidos a jornadas extenuantes, não têm garantia de direitos sociais, como proteção para acidentes de trabalho, seguro de vida e equipamentos de proteção individual. Com a pandemia, os serviços de entrega via aplicativos se tornaram um serviço essencial, e esses trabalhadores passaram a ter mais trabalho, viram a renda cair e estão expostos à contaminação”, conta o entregador Ralf Alexandre Campos Elisiario.
Representante do movimento Breque dos Apps no Rio, Campos reforça o pedido para que os usuários não façam pedidos nos aplicativos no dia 25. De moto ou bicicleta, o número de entregadores não para de crescer, principalmente com o aumento do desemprego no país.
“Atualmente, as empresas de aplicativo fazem parte dos maiores empregadores do país e os entregadores representam 23% do trabalho autônomo no Brasil. As empresas de aplicativos não responderam a nenhuma reivindicação dos trabalhadores. Por isso, os entregadores estão chamando uma nova data, até que as demandas sejam atendidas”, completa Campos.
A “Marmita Solidária” é uma realização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Levante Popular da Juventude, Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), União da Juventude Socialista (UJS), Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Sindicato dos Trabalhadores do Comércio do Rio de Janeiro e a Frente Brasil Popular (FBP).
A ação também marca o Dia Internacional da Agricultora e do Agricultor Familiar, comemorado no dia 25 de julho.
*Editado por Fernanda Alcântara