Carta de apoio à candidatura da professora Marcele para a reitoria da UNIR
Da Página do MST
A Via Campesina é uma articulação de movimentos sociais e pastorais sociais que atuam no campo, organizada em mais de 85 países, tendo como objetivo central o debate sobre que modelo de agricultura para o campo. Este debate se materializa na luta concreta entre o modelo que se baseia no agronegócio, que tem como premissa a concentração da terra, na espoliação da natureza voltado para o mercado externo, frente as demais formas de se produzir que se baseia na democratização da terra com função social e ambiental, para a produção de comida limpa, voltada para a subsistência e mercado interno.
Em Rondônia, a Via Campesina é composta polo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Comissão Pastoral da Terra (CPT), e Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
A Via Campesina vem, por meio desta carta, declarar apoio a candidatura da professora Marcele, única mulher candidata, por entender que se trata de uma candidatura alinhada com a perspectiva de agricultura defendida por esta articulação. Esta perspectiva passa pelo modelo de universidade que se quer para o Brasil, e sendo a UNIR (Universidade de Rondônia) uma universidade federal, ela precisa estar comprometida com um modelo de agricultura que perpasse pela segurança e soberania alimentar, pelo reconhecimento das múltiplas formas de se relacionar com a natureza como forma de realização da vida plena no campo, que seja capaz de potencializar o encontro entre saberes populares e ciências, por meio da continuidade dos cursos de licenciatura em educação do campo e residência indígena, e ainda com o acolhimento de outras demandas de cursos, cumprindo assim seu papel, que se traduz na ideia defendida pelos movimentos do campo, que é ver uma universidade pintada de povo.
Neste sentido, e Via Campesina declara todo apoio à candidatura da professora Marcele, com base na solida e duradoura relação de respeito e de criticidade construtiva que esta tem com os movimentos do campo, e por entender que em seu programa de gestão, estão as bases da ideia de uma universidade pública e democrática, que busca a efetivação da justiça social com respeito pelas culturas e pelas formas de realização da vida.
Rondônia, 05 de Agosto de 2020.
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
Comissão Pastoral da Terra – CPT