MST, agricultores familiares e petroleiros doaram gás e alimentos no PR

Ao todo, foram distribuídas 120 cargas de gás e 14 toneladas de alimentos em São Mateus do Sul, Bituruna, General Carneiro e Tamarana

Doação de alimentos em São Mateus do Sul. Foto: Ednubia Ghisi

Por Setor de Comunicação e Cultura do MST no Paraná
Da Página do MST

A união entre trabalhadores petroleiros, camponeses da reforma agrária e da agricultura familiar levou alimentos e gás de cozinha para famílias em situação de vulnerabilidade de quatro cidade do Paraná, no último sábado (15). Ao todo, foram distribuídas 120 cargas de gás e 14 toneladas de alimentos em São Mateus do Sul, Bituruna, General Carneiro e Tamarana. 

As ações fazem parte da campanha nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em solidariedade às famílias que enfrentam o desemprego e a fome neste período de pandemia do coronavírus. 

“São ações como essa mostram que nós, agricultores, acreditamos que a Reforma Agrária é a solução para a fome do país”, afirmou Amanda da Silva Felix, moradora do assentamento Contestado e coordenadora da Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA), que participou da colheita e preparo das cestas em Bituruna. 

Desde o início de abril, mais de 2.800 toneladas de alimentos foram doadas por famílias Sem Terra em todo o Brasil. No Paraná, com as doações deste final de semana, as partilhas chegaram a 415 toneladas de alimentos. Em Curitiba, 10.500 marmitas já foram produzidas e distribuídas pelo MST, em parceria com coletivos, campanhas e movimentos urbanos. 

As ações também foram em protestos contra o governo genocida de Bolsonaro e do brutal despejo aos agricultores sem terra em Campo do Meio, no sul de Minas Gerais, nesta sexta-feira (14).

São Mateus do Sul 

Benção dos alimentos em São Mateus do Sul. Foto: Ednubia Ghisi

As 120 cargas de gás foram doadas em São Mateus do Sul, junto com 5 toneladas de alimento, para famílias da Vila Bom Jesus, Vila Nova e Vila Verde. A iniciativa faz parte da união solidária entre o Sindicato dos Trabalhadores Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro-PR/SC) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

Também se somaram à ação a Cooperativa de Famílias de Agricultores Ecológicos de São Mateus do Sul (Cofaeco); a Cooperativa Mista Triunfense dos Agricultores e Agricultoras Familiares (Coaftril); Cooperativa da Agricultura Familiar de Palmeira (Cafpal); o Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade (STR/SAMAS); a APP Sindicato de São Mateus do Sul; e a Cooperativa Terra Livre, localizada no assentamento Contestado, da Lapa.

O padre Sidnei José Reitz, da Paróquia Perpétuo Socorro, abençoou os alimentos na tarde de sexta-feira (14), na sede do Sindipetro, onde as cestas foram montadas. “Que ação nobre essa de vocês de angariar esses alimentos! Manifesta a generosidade do coração, a generosidade da alma e o mundo mais do que nunca precisa desses bons gestos, de gente que tem um coração grande”, enfatizou o religioso. 

Esta é a terceira ação feita em conjunto pelo Sindipetro PR/SC e pelo MST do Paraná. A primeira aconteceu no dia 13 de junho, em Curitiba, quando foram partilhadas 520 cargas de gás e 15 toneladas de alimentos. A segundo ocorreu no dia 1º de agosto, com a distribuição de 400 cargas de gás e 28 toneladas de alimentos em Curitiba, Araucária e Campo Magro. 

Bituruna e General Carneiro 

Doação em Bituruna. Foto: Wellington Lenon

Em Bituruna e General Carneiro, foram partilhadas 6,5 toneladas de alimentos vindos da Reforma Agrária e da Agricultura Familiar. No início da manhã, antes do comboio seguir para os bairros, o Pastor Vilmar Alberto Ramos e o Padre Antônio Carlos Rodrigues, da Paróquia Santa Barbará, fizeram a benção dos alimentos. 

Aguiar Inácio dos Santos, presidente da Associação de Moradores do bairro São João, em Bituruna, ressaltou a importância da ação. “Aqui moram muitas famílias que, por conta da pandemia, estão desempregadas e passando por dificuldades para manter suas casas. Graças a Deus nós temos pessoas solidárias que ajudam e contribuem, como o Sindicato dos Trabalhadores e MST que doaram esses alimentos”. 

Os alimentos partilhados nas cidades vieram de sete assentamentos de Bituruna – 12 de Abril, Rondon III, Criciuminha, Santa Bárbara, 27 de Outubro, Etiene e Sonho de Rose -, do acampamento Reduto Caraguatá, de Paula Freitas, e de comunidades da Agricultura Familiar de General Carneiro, União da Vitória e Porto Vitória. As cestas entregues às famílias da cidade receberam feijão, arroz, mandioca, batata doce, laranja, pães caseiros, hortaliças, temperos e outros alimentos colhidos direto das lavouras e hortas das famílias camponeses.  

Tamarana

Doação em Tamarana. Foto: Igor de Nadai

Em Tamarana, no norte do estado, assentamentos do MST partilharam 2,5 toneladas de alimentos para 260 famílias. Mesmo com chuva os moradores do bairro Bom Pastor e Vila Siena formaram a fila para receber a cesta de alimentos direto das mãos dos agricultores.

Ao todo, oito assentamentos do MST localizados no município de Tamarana participaram da campanha de solidariedade: assentamentos Cruz de Malta, União Camponesa, Água da Prata, Tesouro, Serraria, Cacique, Água Branca e Comanche. 

*Editado por Fernanda Alcântara