Em parceria com movimentos populares, MST doa 5 mil toneladas de alimento na Paraíba
Por Coletivo de Comunicação do MST-PB
Da Página do MST
Na manhã desta sexta-feira (16), quando foi celebrado o Dia Mundial da Alimentação, movimentos populares da Paraíba doaram cinco toneladas de alimentos agroecológicos para cerca de 600 famílias da periferia de João Pessoa.
A ação organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Levante Popular da Juventude e pela Marcha Mundial das Mulheres fez parte do “Ato Nacional Contra a Fome: por mais comida saudável e renda para o povo se alimentar” e da “Jornada Nacional de Luta Periferia Viva Contra a Fome”.
A distribuição das cestas aconteceu no Centro de Atividades e Lazer Padre Juarez Benício (CEJUB), no bairro do Gramame. Em respeito às normas de segurança e para evitar aglomerações, as famílias atendidas foram previamente cadastradas nas próprias comunidades.
Os alimentos produzidos nos assentamentos do MST no estado foram distribuídos a moradores do bairro Gervásio Maia e dos acampamentos urbanos Nova Jerusalém, Terra Prometida, Jardins das Colinas, Conjunto 410 e a catadores de recicláveis.
Todas e todos contra a fome
Segundo Antônio Sobreira, do MTD, a região escolhida para as entrega das cestas teve um forte crescimento populacional nos últimos anos. Contudo, a falta de políticas públicas adequadas durante este período teria gerado um déficit de habitação e emprego no local e, consequentemente, condições precárias de alimentação.
“Hoje é um dia para falar da fome, da fome no Brasil, da fome no mundo. A doação de hoje é para que a gente ajude no combate à fome dessas pessoas, mas também para que a gente chame a atenção para o direito à alimentação e à segurança alimentar”.
Gilmar Felipe, do setor de produção do MST-PB, fez questão de destacar o caráter simbólico da doação diante do momento político vivido pela população brasileira.
“A gente vive uma crise grave da fome no nosso país. Uma crise provocada principalmente por esse presidente que está governando, que só investe no agronegócio, que, por sua vez, só produz mercadoria e não produz comida. A tarefa do MST, então, é produzir comida para a população. Para ofertar tanto para para aqueles que tem condição de comprar, como para aqueles que não tem condição. Hoje a gente faz esse ato simbólico de doação no sentido de reforçar a relação entre os trabalhadores do campo e da cidade. No sentido de afirmar que a reforma agrária pode garantir comida para o povo da cidade que está passando fome”.
Solidariedade Popular
A líder comunitária Ângela Maria participou do processo de organização desde o cadastramento das famílias até a entrega das cestas e comentou sobre a importância da união popular em tempos de pandemia: “Esses dias de pandemia tem sido muito difíceis para nós. Muita gente desempregada, muitos sem ter de onde tirar para comer. A gente veio de acampamentos, de barracos mesmo. Então eu me sinto orgulhosa de participar de uma ação como essa, de poder participar e ajudar a minha comunidade de alguma forma”.
Outra líder comunitária que acompanhou o processo foi Tatiane Siqueira, da comunidade Nova Jerusalém. Para ela, a doação foi mais um exemplo de como as várias carências de direitos aprofundadas pela pandemia tem servido para aprofundar laços de solidariedade entre o povo.
“Esse período de pandemia tem sido de ajuda. De um tentar ajudar o outro da maneira que pode. Mesmo sem reconhecimento, mas ajudando, pensando no futuro da gente e dos nossos filhos. Eu gosto bastante de participar de atividades como essa. Sempre que eu puder estar junto, eu estarei”.
“Eu achava que solidariedade era ajudar, era caridade. E o que eu aprendi é que vem de sólido, aquilo que persiste. Então ser solidário é ser persistente, confiável, permanente. Solidariedade é confiar, ter confiança de que aquilo vai passar, não vai quebrar. Solidariedade é confiança concreta”, concluiu o militante do MTD, Antônio Sobreira.
*Editado por Maura Silva