Fora Bolsonaro
Médicos e cientistas apresentam pedido de impeachment contra Bolsonaro
Por Nara Lacerda
Do Brasil de Fato
A Câmara recebeu mais um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (8). Desta vez, o requerimento é assinado por médicos e cientistas que apontam crime de responsabilidade nas omissões e na gestão ineficiente da pandemia do coronavírus.
Números do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) mostram que o Brasil já registrou oficialmente mais de 232 mil mortes por causa da covid-19. Foram relatados 636 óbitos apenas nas 24 horas entre domingo (7) e segunda (8).
Política do descaso: Frente a 135 mil mortos pela covid, Bolsonaro diz que ficar em casa “é para os fracos”
As declarações de Jair Bolsonaro minimizando os impactos da pandemia, negando a gravidade do vírus e colocando em dúvida a importância de medidas de prevenção são peças-chave no pedido de impeachment mais recente.
No requerimento, os autores afirmam que o presidente “insistiu em arrastar a credibilidade da Presidência da República (e, consequentemente, do Brasil) a um precipício negacionista”, o que causou e vem causando mortes e prejuízos à saúde e à economia.
Desrespeito à vida: Brasil tem 4 milhões de infectados e Bolsonaro diz que sua estratégia para a covid deu certo
Ainda no texto, os médicos e cientistas reforçam que Bolsonaro “usou seus poderes legais e sua força política para desacreditar medidas sanitárias de eficácia comprovada e desorientar a população cuja saúde deveria proteger”.
Até a última segunda-feira (8), o coronavírus já havia infectado mais de 9,5 milhões de pessoas no Brasil. Em 24 horas, 23.439 cidadãs e cidadãos receberam a confirmação de que estão doentes.
Cloroquina no Amazonas
O Tribunal de Contas da União (TCU) estabeleceu prazo de dez dias para que a Secretaria de Saúde de Manaus informe se houve pressão do governo federal para que pacientes com covid-19 fossem tratados com cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina.
Há quase um ano, Jair Bolsonaro mente sobre a eficácia desses remédios para casos de infecção pelo coronavírus. A recomendação das substâncias também virou política de governo. Mas os remédios – usados para tratamentos de malária, piolho e vermes – não funcionam para a covid-19.
No despacho, assinado pelo ministro do TCU, Benjamin Zymler, a corte questiona se houve coação do Ministério da Saúde para uso das substâncias, durante a visita de uma força tarefa da pasta em janeiro deste ano, dias antes de o Sistema de Saúde de Manaus colapsar.
Saiba o que é o novo coronavírus
É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.
Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS).
A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de novo coronavírus.
Como ajudar quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo.
A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
*Editado por Leandro Melito/Brasil de Fato