Luta dos Povos
MST participa de Conferência que anuncia o Congresso Mundial Bicentenário dos Povos
Por Filipe Augusto Peres
Da Página do MST
Com a participação de lideranças como Atilio Borón, Fernando Buen Abab, Sheri Dickerson (Black Lives Matter), Mônica Valente (PT) e representantes de movimentos sociais internacionais, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro informou nesta sexta-feira (26) que de 21 a 24 de junho será realizado o Congresso Mundial Bicentenário dos povos, no marco do encontro virtual promotor deste evento internacional, com conexão com líderes de todo o mundo.
O Chefe de Estado lembrou que “este Congresso Bicentenário dos Povos é um marco dos 200 anos da Batalha de Carabobo, que culminou com uma jornada de 12 anos de guerra de libertação de nossos povos, liderada pelo nosso libertador Simón Bolívar juntamente a um exército composto pelo povo”.
Mônica Valente (PT), Secretária Executiva do Foro de São Paulo, saudou o Presidente venezuelano ao Congresso Bicentenário dos Povos “por ocasião da heroica e histórica batalha de Carabobo”. A dirigente petista também saudou todas as organizações sociais e políticas presentes no encontro virtual e lembrou que desde a ascensão de Chavez ao poder que o povo da Venezuela trava uma batalha histórica contra o imperialismo estadunidense e seus tentáculos “econômicos, midiáticos, judiciais e militares”. Por fim, conclamou os povos, os movimentos sociais a lutarem pela soberania e pela autodeterminação dos povos, das nações, pelo respeito à Carta Magna das Nações Unidas e pela defesa da revolução bolivariana.
Através da plataforma mundial, o Chefe de Estado deu a palavra a uma das fundadoras do Movimento Black Lives Matter, em Oklahoma, Estados Unidos, Sheri Dickerson, também membro de organizações sociais como a Organização Mundial de Mulheres e em Defesa de Afrodescendentes. Em sua fala, Dickerson manifestou a importância da luta contra o racismo, pela igualdade de gênero e lamentou não poder estar no país socialista devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19:
“Hoje tenho a honra de amplificar as vozes das mulheres na luta pela igualdade do movimento “Vidas Negras Importam” das comunidades negras e indígenas em todo o mundo. Quero expressar a minha gratidão aos organizadores que sugeriram a minha visita no marco deste evento para participar nas celebrações desta semana na Venezuela. Infelizmente, não pude viajar devido às restrições derivadas da Covid-19, mas quero enviar uma calorosa saudação ao “Movimento para a Paz e à Vida”. Hoje darei ênfase às áreas relacionadas ao empoderamento feminino e à revolução e a necessidade disto no século XXI. As mulheres e meninas são os pilares que sustentam e pedra angular para o desenvolvimento da humanidade. Os papeis, direitos e responsabilidades das mulheres empoderadas para desenvolvimento social, econômico e educativo de nossas comunidades são de importância primordial. O empoderamento feminino é crucial para o desenvolvimento da sociedade em seu conjunto”, afirmou.
O escritor e analista político argentino, Atilio Alberto Borón, saudou a iniciativa estratégica manifestando a sua solidariedade pela luta que Venezuela está realizando para enfrentar o bloqueio e a mobilização de todos os movimentos populares a nível mundial para enfrentar a selvageria imperialista que se potencializou durante a pandemia de Covid-19.
“Estou enviando uma mensagem fraternal aos participantes do Congresso Bicentenário dos Povos do Mundo, uma atividade de enorme importância para as lutas de libertação de nosso povo. Quero, em primeiro lugar, saudar o Presidente Nicolás Maduro e toda a equipe de governo da República Bolivariana da Venezuela, a qual mando uma fraternal saudação, um fraternal abraço e toda a minha solidariedade pela luta que Venezuela está fazendo contra o bloqueio selvagem o qual está sendo submetido este país”.
E falou sobre a importância do Congresso Bicentenário dos Povos enquanto resistência organizada para combater as ações e os interesses do capital globalizado sobre os povos.“Quero dizer-lhes que este congresso é extraordinariamente importante porque implica a coordenação de forças dos movimentos populares, dos governos populares de todo o mundo aos efeitos de combater a ameaça que se fecha sobre a humanidade, produto do capitalismo selvagem que foi potencializado pela pandemia que, atualmente, afeta todo o planeta. É muito importante este esforço de coordenação porque, infelizmente, nossos inimigos, nossos representantes da opressão, da ditadura do capital, das mentiras midiáticas, do lawfare estão perfeitamente organizados no plano internacional”.
Xosé Luís Rivera Jacome, Secretário de Relações Internacionais da Confederação Intersindical Galega (Galícia) mandou saudações aos trabalhadores e trabalhadoras de todo o mundo, ao povo venezuelano, ao povo da América Latina e afirmou que entende a resistência contra o colonialismo.“… e vemos com grande interesse os processos de libertação que estão vivendo os seus povos que se iniciaram com Cuba, Venezuela e que, agora, continuam com outros países da América Latina.
E reconheceu em si esta missão. “Desde aqui, nós entendemos também porque Galícia perece o colonialismo da União Europeia, da Espanha que não nos deixam falar por nós mesmos, governarmos e sermos capazes de gerir todos os nossos recursos, os quais temos muitos, para poderr seguir adiante e evitar que nosso povo tenha que emigrar”.
Para Marcelo Buzetto, do Coletivo de Relações Internacionais do MST, “esse encontro terá uma importância fundamental para fortalecer a unidade dos povos e nações que hoje lutam contra o bloqueio econômico imposto pelos EUA à países como Cuba, Venezuela, Irã e Síria, bem como propor ações conjuntas para as lutas anti-imperialistas em todo o mundo”.
O presidente Nicolás Maduro reiterou que receberá a todos os representantes dos movimentos do mundo para que participem deste Congresso Bicentenário Mundial dos Povos, garantindo todas as medidas de biossegurança:
“Espero que no dia 21 de junho já tenhamos conseguido minimizar os casos e cortara cadeia de contágios. Hoje se conectaram 19873 líderes do mundo, desde Caracas, Venezuela, lhes agradeço. Temos muitas tarefas para fazer e muitas vitórias para construir. Unamo-nos por um mundo melhor. Desde Venezuela Bicentenária, até a Vitória sempre. Venceremos!”, encerrou.
*Editado por Fernanda Alcântara