Dia Mundial da Saúde

Em MG, movimentos que ocupam o Hospital em Governador Valadares denunciam o descaso com a saúde

Hospital está parado a mais de 10 anos e precisa ser aberto imediatamente para conter o avanço da Covid-19 no município que está com 100% dos leitos ocupados
Movimentos que ocupam o Hospital Regional em Governador Valadares. Foto: Comunicação do MST em MG

Por Setor de Comunicação MST em MG
Da Página do MST

Na manhã desta quarta-feira, 07, Dia Mundial da Saúde e de luta em defesa do SUS e da Vacina, organizações e movimentos que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo ocuparam, a área interna do Hospital Regional São Vicente de Paula em Governador Valadares (MG).

Um dos objetivos centrais da ação foi cobrar do Governo de Minas Gerais a abertura imediata do hospital, para conter os avanços da covid-19 no município, uma vez que, Valadares registra 791 mortes e 100% de ocupação dos leitos em hospitais públicos e particulares. E o Brasil em 24h, registrou 4.195 mortes. Desde o início da pandemia, 337 pessoas morreram pela doença.

Segundo Antoniel Domingues, da direção estadual do MST, a obra que iniciou em 2013 era para ter sido concluída em 2015, porém, segue paralisada e não é por falta de recursos. “Sabemos que tem vários recursos designados para que esta obra possa ser concluída. Mas, o descaso do governo de Minas Gerais e da prefeitura de Valadares impossibilitou que a obra fosse concluída. Por isso, deixamos claro para a sociedade que se não houver a conclusão dessas obras, voltaremos a ocupar este espaço”, afirma.

O governo de Minas Gerais recebeu R$ 75 milhões oriundos da Fundação Renova, como compensação pelo rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho. Os recursos são para finalização das obras e a aquisição de equipamentos para o Hospital Regional. Além disso, o prefeito do município André Merlo deve transparência sobre a aplicação dos R$ 55 milhões liberados pelo governo federal para combate ao coronavírus e também por não ter adquirido vacina para a população.

Além de não garantir o auxílio e cuidados necessários para a população de Minas Gerais, o governo Zema continua com sua postura covarde e violenta. Um forte aparato policial com várias viaturas foi montado no local. “Nós fomos surpreendidos com um forte aparato da PM neste ato, que usou de truculência, impediu a entrada de água e alimentação, mas transmitimos nossa mensagem de que atualmente quem assume a governança do pais e do estado de Minas Gerais não tem compromisso com a saúde do povo brasileiro”, denuncia Antoniel.

Movimentos que ocupam o Hospital Regional em Governador Valadares. Foto: Comunicação do MST em MG

7 de abril: Dia Mundial da Saúde

A ação acontece no Dia Mundial da Saúde, em que movimentos de todo o país convocam a Jornada Internacional em Defesa da Vida. A ação de Governador Valadares se junta a essa jornada, que destaca a omissão do governo federal na aquisição de vacinas e cobra vacinação em massa para toda população.

Em Governador Valadares, 20.704 pessoas já foram infectadas com o corovírus e 791 óbitos foram confirmados, segundo o Boletim Epidemiológico de 06 de abril de 2021, divulgado pela prefeitura. No Estado de Minas Gerais, já foram mais de 25 mil mortes e, no país, ultrapassamos a marca de 330 mil mortes.

Manifesto

Os movimentos ainda lançaram um manifesto que será encaminhado à prefeitura municipal, ao governador do estado e à presidência da República. Além de ser protocolado no Ministério Público Estadual (MPE) e no Ministério Público Federal (MPF). Confira abaixo na íntegra.

Manifesto em defesa da vida: por vacina, comida e trabalho!

Nós, dos movimentos sociais e populares, junto com sindicatos, parlamentares e a população de Governador Valadares/MG e região, manifestamos nosso repúdio à incompetência das gestões do prefeito André, do governador Zema e do presidente Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.

Estamos enfrentando uma situação de calamidade na saúde pública da cidade devido ao fracasso dos nossos representantes diante da crise sanitária e econômica que atravessamos.

É importante ressaltar que no dia 15 de maio de 2020, há menos de 1 ano, lançamos um manifesto em defesa do isolamento social e cobrando medidas efetivas para conter o avanço da contaminação, das mortes e da ocupação dos leitos de UTI, naquela ocasião a cidade tinha 64 casos de COVID e 5 óbitos confirmados, contudo, a escolha do prefeito André Merlo foi pelo afrouxamento das medidas de isolamento, alinhado com a política negacionista do governador do Estado Romeu Zema e do presidente Bolsonaro.

Hoje, os números provam o fracasso das medidas adotadas pelos governantes, o descaso com a vida e o desrespeito com a população, em especial a população mais pobre que precisa enfrentar o vírus, o transporte público lotado, a falta de leitos de UTI nos hospitais e a fome que já assola várias famílias da cidade.

No momento, os números da COVID na cidade são: 20.704 casos e 791 óbitos confirmados, no Estado de Minas Gerais já foram mais de 25 mil mortes e, no país, ultrapassamos a marca de 330 mil mortes. São mortes que poderiam ser evitadas!

A situação do Hospital Municipal é de 100% de ocupação, 58 leitos de UTI e fila de espera com pessoas morrendo sem ter a chance de atendimento digno ou de serem transferidas para fazer o tratamento em outro lugar do país, como fez o atual prefeito.

Valadares e toda a região sofre pelo descaso com a saúde pública, com o Hospital Municipal lotado e sem leitos, e com o Hospital Regional em obras paralisadas, sem funcionamento

A construção do Hospital Regional iniciou em 2013. A obra foi paralisada em 2015 por 6 meses, o número de funcionários foi reduzido e não finalizada até o momento, sendo que a data inicial de previsão de sua finalização estava para agosto de 2015.

No projeto, o Hospital Regional teria a capacidade de disponibilização de 250 leitos, sendo 40 de UTI, atendendo de 1 a 1,5 milhão de pessoas e 86 municípios do leste e nordeste de MG. Isso desafogaria as demandas do Hospital Municipal podendo salvar várias vidas e melhorar a qualidade do atendimento, visto que a superlotação é um grande entrave para o bom funcionamento do SUS, sistema que, cada vez mais, se mostra essencial para que avancemos em direção a uma sociedade mais igualitária, universalizando o direito básico à saúde.

Em abril de 2020, a Vale e a Fundação Renova anunciaram a transferência de 75 milhões, como compensação pelo rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, visando a finalização das obras e a aquisição de equipamentos para o Hospital Regional.

E, ainda assim, o Hospital Regional continua inativo, mesmo diante da urgência de ações que o avanço da pandemia na cidade.

Portanto, nossa mobilização é para chamar a atenção das autoridades públicas e da população para a URGÊNCIA da abertura imediata do Hospital Regional. Também reivindicamos auxílio emergencial digno de R$600,00 para trabalhador(a) desempregado(a) e auxílio para as pequenas e médias empresas. É preciso valorizar e defender a vida de todos(as), seguindo as recomendações sanitárias, o isolamento social, o uso de álcool em gel e o uso de máscara até que a população esteja segura.

Além disso, queremos vacina para todos(as) e “Fora Bolsonaro!” para salvar a vida dos(as) brasileiros(as)!

Assinam esse manifesto:

Frente Brasil Popular

Frente Povo Sem Medo

Coletivo Quilombo

Esquerda Popular Socialista

Partido dos Trabalhadores

Deputado Federal Leonardo Monteiro

Grêmio Estudantil Paulo Freire – IFMG

União Operária

Maloka Socialista

Coletivo Deck

Psol

Sindieletro

Deputado Federal Rogério Correia

Sind-UTE/MG – Subsede Governador Valadares

Deputada Estadual Beatriz Cerqueira

Deputado Estadual Betão