Solidariedade

Jornada de lutas: MST doa mais de 100 toneladas de alimentos pelo Brasil

As ações aconteceram entre os dias 10 e 21, durante a Jornada Nacional de Lutas em defesa da Reforma Agrária em abril, em memória aos 25 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás
MST doou alimentos em todo país durante a Jornada Nacional de Lutas de abril realizada de 10 a 21. Foto MST no PE/Ana Olívia Godoy

Da Página do MST

O MST se solidariza e partilha sua colheita entre as trabalhadoras(es) atingidas(os) pela crise alimentar que padece sobre o país. Em meio ao cenário, onde mais da metade da população brasileira não tem comida garantida na mesa.

Se estima que são quase 117 milhões sofrendo com insegurança alimentar e 19 milhões enfrentando fome severa. É o que indicam os dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no contexto da pandemia da COVID-19 no Brasil – em apuração realizada no fim do ano passado, pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

Neste sentido, e no enfrentamento da fome – somente durante o primeiro ano da pandemia, em 2020 – o MST já doou mais de 4 mil toneladas de alimentos e 700 mil marmitas para famílias de trabalhadoras e trabalhadores em situação de vulnerabilidade social.

Balanço de ações de solidariedade da Jornada de Lutas do Abril

Mesmo sofrendo com a paralisação da Reforma Agrária Popular brasileira e a falta de gestão do governo atual para que a agricultura familiar continue existindo e produzindo alimentos saudáveis.

Em um balanço parcial das ações de solidariedade da Jornada de Lutas de Abril – que será atualizado ao longo deste mês – o MST em todo o seu conjunto já ultrapassou 100 toneladas de alimentos doados e mais de 16 mil marmitas nas comunidades periféricas pelo país. As ações de solidariedade foram realizadas entre os dias 10 e 21 de abril, durante a Jornada Nacional de Lutas em defesa da Reforma Agrária em abril, em memória aos 25 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás

Além disso, durante os 11 dias da jornada, mais de 50 mil litros de água foram distribuídos à população em situação de rua e em regiões de secas. Houve também doações de quase 3 mil litros de leite e entrega de mais de 700 cestas básicas.

Em ação de doações de Agentes Populares de Saúde do Movimento, as famílias atendidas receberam kits, totalizando 1,5 mil máscaras de proteção para Covid-19. E se reuniu em plenária nacional com outros movimentos sociais integrantes da Frente Brasil Popular e da campanha Periferia Viva Contra o Coronavírus para a construção de soluções coletivas sobre a conjuntura da pandemia.

Durante a jornada, o MST também firmou em conjunto com 30 grupos da sociedade civil brasileira e internacional, o manifesto ‘Não Podemos Esperar: Precisamos Respirar!’, que responsabiliza o governo federal pela escassez de kits de intubação e exige produção de oxigênio pelas empresas brasileiras – frente ao desabastecimento de tais itens nas UTIs do Brasil.

Além das ações citadas, em alguns estados, militantes Sem Terra se mobilizaram em mutirões de doações de sangue, na recuperação de áreas degradadas e ações voluntárias dirigidas aos hospitais.

Basta de Massacres

Em denúncia histórica o MST continua a entoar que a desigualdade social, que se escancara pelo Brasil está estruturada na concentração fundiária. E durante a jornada, com faixas, bloqueios e atos simbólicos, enquanto militantes em movimento ecoamos por justiça pelos mártires e marcam os 25 anos de impunidade do Massacre de Eldorado do Carajás.

E denunciando as injustiças atuais, durante a jornada também houve protestos pela volta do auxílio emergencial de R$600 para a classe trabalhadora, vacinação para toda à população, defesa do SUS e Fora Bolsonaro.

Na falta de um pacto federativo de controle da pandemia. E com o fim da Jornada de Lutas de Abril em defesa da Reforma Agrária, o MST convoca a população e toda sua militância para à “Parada pela Vida”, incentivando medidas de cuidado e o isolamento produtivo. Seguindo uma política de enfrentamento das crises agravadas pela Covid-19 e pelo desgoverno.

Fomento e gestão pública são fundamentais para sobrevivermos à pandemia da fome e do coronavírus

Além de medidas emergenciais que vieram à tona com o agravamento das crises alimentar e sanitária, que levou o MST a atuar com brigadas e campanhas de solidariedade em todo o país. Com o Brasil de volta ao mapa da fome e o desamparo ao setor da agricultura familiar –  os trabalhadores(as) Sem Terra, em conjunto à oposição do governo Bolsonaro e o conjunto da sociedade, cobra incentivos ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). E exige com urgência a retomada do Projeto de Lei (PL) 823/21, em socorro e resgate do auxílio emergencial destinado à classe trabalhadora rural, para que haja condições de continuarem plantando alimentos e abastecendo a mesa do povo brasileiro.

Em 2020, além do Governo Federal negar apoio às trabalhadoras e trabalhadores do campo, por meio de vetos à Lei Assis de Carvalho. O mesmo deixou de usar mais da metade dos recursos, de R$500 milhões, destinados ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). E, considerando o mesmo ano, outros R$80 bilhões deixaram de ser investidos para conter a pandemia da Covid-19.
Esse desabastecimento de fomentos na gestão pública, infelizmente, reflete diretamente no agravamento da fome e no ceifamento das vidas perdidas no país – que somam quase 400 mil mortes só pelo novo coronavírus. Indicativos dramáticos que comprometem Bolsonaro e seu governo nas apurações da CPI da Covid no Brasil.

Confira mais imagens das ações de solidariedade na Jornada de Lutas de Abril

*Editado por Solange Engelmann