Semana da Mata Atlântica
MST marca Dia da Mata Atlântica com mutirões de plantio de árvores e criação de viveiro no Paraná
Por Setor de Comunicação e Cultura do MST – PR
Da Página do MST
O Paraná é o segundo estado brasileiro que mais derrubou Mata Atlântica em 2020, atrás apenas de Minas Gerais. As regiões onde resta maior presença do bioma no mapa do estado coincidem com territórios da Reforma Agrária, das comunidades tradicionais e indígenas. Com diferentes culturas e modos de vida, estes povos têm em comum a conciliação da produção de alimentos com a preservação do meio ambiente.
Para marcar o dia em que se comemora o Dia da Mata Atlântica, comunidades do MST do Paraná realizaram plantios de árvores, produção de mudas e inauguram um viveiro comunitário.
As ações fizeram parte da Semana Reforma Agrária Popular: Semeando Resistência na Mata Atlântica, que mobilizou acampamentos e assentamentos do Movimento nos estados em que o bioma está presente. Toda essa mobilização faz parte do plano nacional Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis, e vai somar nas 100 milhões de árvores que iremos plantar em 10 anos.
As ações também buscaram denunciar o que o projeto destrutivo do agronegócio tem feito no nosso estado, e também em âmbito federal, de forma ainda mais grave no governo Bolsonaro. O Paraná responde por 76% da área desmatada de Mata Atlântica no Sul do país. É o segundo estado que mais derruba a Mata Atlântica em todo o Brasil.
Da produção da muda ao plantio, reflorestando em mutirão
No acampamento Maila Sabrina, de Ortigueira, norte do estado, um grande mutirão garantiu a produção de cerca de 800 mudas de árvores nativas, frutíferas e flores. A ação ocorreu neste dia 27, com participação de pessoas de todas as idades, principalmente mulheres.
A atividade foi constituída em três belos momentos em coletividade: primeiro com a seleção das sementes e mudas; depois com a coleta de substrato natural na área de reserva da comunidade; seguido do plantio das sementes e mudas nos saquinhos; tudo isso com troca de experiência e de sementes.
Para abrigar as mudas já preparadas, também foi construído um viveiro comunitário artesanal batizado de Espaço Produtivo Paulo Freire. Ali vai ser possível acompanhar o processo de desenvolvimento das mudas até o momento em que serão replantadas nos espaços coletivos e lotes.
Na cidade de Cascavel, região oeste do estado, a ação ocorreu na Agrofloresta das Escolas do Campo Zumbi dos Palmares e Aprendendo com a Terra e a Vida, localizadas no assentamento Valmir Mota.
Ali foram plantadas 500 mudas de árvores, como continuidade da criação da agrofloresta, iniciada em abril deste ano.
Ângela Gonçalves, diretora da escola Zumbi dos Palmares, explica que o projeto contribui para que a escola faça uma aliança ainda mais forte com a comunidade, além de ampliar o conhecimento e prática sobre a agrofloresta. “É uma partilha de conhecimento. A agrofloresta tem um princípio pedagógico de que as crianças entendam que a gente faz parte do meio ambiente, e que esse meio ambiente tem que ser cuidado e construído, sempre neste ciclo”, garante a pedagoga, que faz parte do acampamento Resistência Camponesa, vizinho à escola.
Para a diretora, ter uma agrofloresta no ambiente escolar é proporcionar um “laboratório a céu aberto” aos educandos e educandas, seja pelas demandas de calcular os tamanhos dos canteiros, a variedade das plantas e dos animais que farão parte da área.
Também foi a partir do ambiente escolar que as famílias Sem Terra comemoraram a Mata Atlântica em Jacarezinho (PR). Nesta sexta-feira (28), os integrantes da Escola Itinerante Valmir Motta de Oliveira, localizada no assentamento Companheiro Keno, distribuíram 150 mudas de árvores nativas para os moradores da comunidade, junto foi entregue as atividades escolares.
*Editado por Gustavo Marinho