Acampamento Terra Cabana
No Pará, acampamento Terra Cabana completa 6 anos de resistência
Da Página do MST
No último sábado (26), o acampamento Terra Cabana, município de Benevides, completou 6 anos de resistência. Em uma atividade bem animada, as famílias realizaram várias ações durante todo o dia.
Uma atividade religiosa, com membros da igreja católica e evangélica iniciaram as comemorações de aniversário. Logo após, aconteceu um grande café da manhã coletivo, seguido de inauguração da biblioteca comunitária Severa, nome dado em homenagem à uma mulher negra que lutou contra a escravidão na região.
Ainda pela manhã aconteceram atividades com os Sem Terrinha do acampamento, onde também foram inaugurados o Canto dos Sem Terrinhas e a Brinquedoteca, espaços construídos pelas próprias famílias do acampamento.
O Movimento dos Contadores de História da Amazônia (Mocoham) também participou das atividades de aniversário do acampamento. Em solidariedade às famílias, trouxeram roupas infantis e algumas cestas básicas para doação, e organizaram principalmente as atividades com as crianças do acampamento.
“Éramos um grupo de professores que contavam histórias nas salas de aula, mas queríamos ampliar o nosso trabalho. As histórias são parte de nossas vidas e o imaginário amazônico é muito rico, e conhecer nossas histórias e nosso imaginário é um movimento de pertencimento e identidade cultural que temos na Amazônia”,afirma Andréa Cozzi, uma das coordenadoras do Mocoham.
Segundo Andréa Cozzi, o projeto busca implantar pequenas bibliotecas comunitárias nas comunidades e criar agentes para organizar atividades de poesia, contação de histórias e de leituras. “Por isso trouxemos uma pequena biblioteca para doar às famílias do acampamento e estamos desenvolvendo as atividades com os Sem Terrinhas na manhã de hoje”
Para Socorro Corrêa, uma das primeiras mulheres que participou da ocupação, viver na área é muito prazeroso. “O início do acampamento foi muito organizado. Fazíamos vigilância e nos organizávamos em turnos. Desde o início sempre construímos o acampamento através de mutirões e organizávamos coletivamente nossas refeições. Vim pra cá, porque precisava de terra para morar e trabalhar. Temos plantado em nosso lote bananas, macaxeira, coco, açaí e limão”.
“Nosso aniversário foi organizado coletivamente por todos nós e merecemos comemorar nossa resistência aqui. Se queremos conquistar essa terra precisamos lutar e sempre tem um sacrifício”, completa Socorro.
Seguindo todos os protocolos de higiene e segurança contra a Covid-19, as famílias comemoraram a resistência de 6 anos de acampamento e estão dispostas a seguir em sua luta para a conquista definitiva da terra.
*Editado por Fernanda Alcântara