Comida de Verdade apresenta “ervas que alimentam o corpo e a alma”

Por Solange Engelmann
Da Página do MST

Ao pensar em saúde, geralmente nos ‘vem à cabeça’ a imagem de alguma doença ou enfermidade, com a necessidade de atendimento por profissional especializado em saúde, tratamento e administração de medicamentos farmacológicos. Mas, você já parou para pensar sobre o que realmente é saúde? E como ter uma vida saudável? Estaria a saúde somente relacionada ao uso de medicamentos? E de medicamentos químicos? Ou engloba algo mais amplo? Como a forma de vida que levamos, o tipo de alimentação que consumimos, as relações com a natureza, os animais e as pessoas – ou seja, nossas inter-relações e afetos que cultivamos?

Essas e outras questões, sobre o papel das ervas e plantas medicinais que auxiliam na promoção da saúde coletiva, além da função dos fitoterápicos e de como a produção de alimentos do MST se insere nesse contexto, serão tema do programa Comida de Verdade com MST, que apresenta as “ervas que alimentam o corpo e a alma”. O programa também conta com apresentação de uma receita especial de fitoterápico, diretamente do Rio Grande do Sul e outras dicas; é nesta quarta-feira (21/07), às 19h, nas redes do MST.

“O Comida de Verdade dessa semana mostra um pouco do trabalho do coletivo de saúde do MST e o quanto o cuidado através da plantas, chás, temperos, também é uma forma de nutrir o corpo, e para além do corpo, tanto quanto o alimento”, ressalta Sabrina Leite, licenciada em ciências sociais e que integra o Setor de Saúde do MST, na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema, SP. Ela será uma das apresentadoras do programa desta quarta-feira.

O episódio traz ainda duas experiências produtivas de mulheres camponesas do MST, com o plantio e beneficiamento de ervas medicinais. Uma realizada por um grupo de mulheres Sem Terra, organizadas na Cooperativa Camponesa, localizada no Acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, Minas Gerais; e a outra de São Paulo, que por meio da cooperativa Cooplantas, realiza em áreas de Reforma Agrária a produção de ervas e o beneficiamento de produtos, como óleos essenciais, pomadas e tinturas, em Itapeva.

Segundo Sabrina, as experiências na produção de ervas, apresentadas no programa também demonstram outras questões importantes, na relação das mulheres com as plantas medicinais, o território e a autossuficiência financeira, tudo atrelado ao aspecto da ancestralidade.

Na experiência produtiva de Campo do Meio, as mulheres iniciaram a produção a partir da organização do coletivo de mulheres Raízes da Terra e se integraram à Cooperativa Camponesa. Elas trabalham com o plantio da camomila e de outras plantas medicinais ligadas à fitoterapia. O coletivo de mulheres foi criado em 2011 e, atualmente, conta com 30 mulheres organizadas nos setores e direção do Movimento.

Débora Vieira Borges, integrante do coletivo, conta que a iniciativa surgiu à partir das demandas que foram aparecendo nos processos da luta pela Reforma Agrária. “No começo, nos dividíamos em setores como educação, formação, produção e saúde. Depois, veio a necessidade de gerar autonomia e renda para as mulheres. Já haviam as atividades da saúde, então juntamos esse saber para gerar renda”, explica ela.

Sabrina também ressalta a importância da experiência de produção de plantas medicinais, realizada pelas mulheres Sem Terra, através da Cooplantas, que será apresentada no programa.

“A cooperativa tem uma relação interessante com o SUS [Sistema Único de Saúde], fornecendo as plantas secas para que eles possam fabricar fitoterápicos. E essa construção da Cooplantas, junção das mulheres para estudo, pesquisa e o compartilhamento de uma sabedoria popular agregadora, será apresentada pela figura incrível de Dona Nazaré”, aponta.

Serviço

Programa Comida de Verdade: ervas que alimentam o corpo e a alma;

Quando? É nesta quarta-feira (21/07), às 19h00

Onde? Nas redes sociais do MST e outros parceiros.

Confira os programas anteriores AQUI!

*Editado por Maria Silva