Greve

Entenda razões da greve contra reforma de Bolsonaro que quer destruir serviço público

Essenciais ao país, servidores públicos entram em greve nesta quarta em defesa dos empregos e contra privatizações
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já disse que pretende votar a PEC no final do mês. Foto: Luiza Castro/ Sul21

Por Rede Brasil Atual

O projeto de destruição do Brasil, colocado em prática pelo presidente Jair Bolsonaro, tem mais um capítulo em andamento. Por isso, servidores de instituições públicas municipais, estaduais e federais entram em greve nesta quarta-feira (18), contra a reforma administrativa imposta pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, atualmente em discussão em comissão especial da Câmara.

Segundo representantes dos servidores e outros críticos da PEC, a proposta do Executivo tem por objetivo diminuir o Estado brasileiro. Sob o argumento de gastar menos para a economia crescer, o governo afirma querer “enxugar” a máquina pública. Mas a PEC só mexe com os servidores de salários mais baixos, os que estão na linha de frente do atendimento à população. Serão atingidos, por exemplo, trabalhadores de serviços como Dataprev, Caixa Federal e SUS, que comprovaram a importância da sua atuação nestes tempos de pandemia da covid-19.

De acordo com a campanha Contra a PEC 32, a reforma administrativa “altera e retira direitos e garantias já consagrados para os servidores públicos, ao mesmo tempo que protege as Forças Armadas, a cúpula do Judiciário, do parlamento e do Executivo”.

A greve receberá apoio dos maiores sindicatos e centrais do país, além da campanha pelo Fora Bolsonaro. A mobilização desta quarta faz parte da onda crescente de protestos populares que vem tomando as ruas desde o mês de maio deste ano pelo impeachment do atual presidente da República.

A  greve tem por objetivo “dialogar com a população e chamar atenção para responsabilidade de Jair Bolsonaro pela destruição de serviços públicos, privatização de estatais essenciais e lucrativas e pelo desemprego, aumento geral dos preços e da fome”, informam os organizadores.

Greve receberá apoio dos maiores sindicatos e centrais do país, além da campanha pelo Fora Bolsonaro. Foto: Euzivaldo Queiróz

Contra o empobrecimento do povo

Além de protestar contra a reforma administrativa e o empobrecimento da população, a greve desta quarta cobra a retomada do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 e a vacinação imediata de todos os brasileiros. “São motivos mais que suficientes para que a classe trabalhadora manifeste seu basta”, diz o presidente nacional da CUT, o metalúrgico Sérgio Nobre. 

“Será um dia muito importante para toda a classe trabalhadora e não somente para os servidores públicos, que farão greve contra a reforma administrativa, a famigerada PEC 32, que desmonta o serviço público, e sabemos bem o que seria de nós, nessa pandemia, sem o SUS e os trabalhadores essenciais”, ressalta o presidente da CUT.

O dirigente critica também a MP 1.045, da minirreforma trabalhista, aprovada pela Câmara dos Deputados no último dia 10 e que aguarda votação pelo Senado. “Será também um dia de luta, protestos, atos, mobilizações e paralisações no país inteiro, para toda a classe trabalhadora. E defesa de empregos de qualidade, de renda, de direitos, contra o desastre que esse governo caótico vem impondo a nós, com medidas como a MP 1.045, que acaba com nossos direitos e o futuro dos nossos jovens. Contra as privatizações de empresas como a Petrobras, que são indutoras de crescimento do Brasil. Contra todo esse caos que elevou a fome e a carestia”, reforça Sérgio Nobre.

“Vamos mostrar que a CUT, o movimento sindical, apesar da pandemia e com todos os cuidados sanitários, começa a colocar sua pauta trabalhista no centro do debate para o país emergir dessa crise sem precedentes criada por esse governo. Nossa luta contra tudo isso só está começando neste dia 18, será longa e difícil, mas vamos vencer”, completa o dirigente.

Nas redes e nas ruas

Os organizadores da greve informam que, além da mobilização nas ruas e nos locais de trabalho (veja abaixo os locais dos atos), a ação nas redes sociais também é muito importante. A ideia é mostrar a força do movimento e pressionar parlamentares para que não deixem a reforma administrativa ser votada. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já disse que pretende votar a PEC no final do mês. Tuitaço está marcado para as 9h sob a hashtag #18Adiadeluta.

Os trabalhadores dos Correios, em luta contra a privatização da estatal, também devem engrossar a greve contra a reforma administrativa.

Confira onde ocorrerão atos

Alagoas
. Maceió: às 9h30, na Praça Sete Coqueiros

Bahia
. Salvador: a partir das 10h com concentração no Campo Grande e caminhada até a Praça Castro Alves

. Vitória da Conquista: ato às 9h na Praça 9 de Novembro

Ceará
. Fortaleza: às 8h, na Praça da Imprensa

. Antonina do Norte: ato de servidores públicos representados pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Antonina do Norte, Saboeiro, Aiuaba e Arneiroz, na Rua Antônio Delfino. A luta inclui também pautas como a reposição salarial, aprovação do PL da Enfermagem e piso dos Agentes de Saúde e Endemias

. Canindé: ato dos servidores públicos municipais, organizados pelo Sindsec, às 8h. Na pauta também a luta contra práticas antissindicais por gestores do serviço público no município

Distrito Federal
. Brasília: ato e coletiva da CUT, centrais e sindicatos, às 10h, no Anexo II da Câmara dos Deputados

Espírito Santo
. Vitória: a partir da 8h30 na Praça Jucutuquara

Goiás
. Goiânia: a partir das 9h em frente a Assembleia Legislativa

Maranhão
. São Luís: ato em defesa da educação pública de qualidade e melhores condições de trabalho aos profissionais da educação, na Praça Deodoro, a partir das 9h em frente à Assembleia Legislativa

Mato Grosso
. Cuiabá: às 8h, na praça do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em frente ao Pantanal Shopping

Mato Grosso do Sul
. Campo Grande: ato em frente à Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), às 9h

Minas Gerais
. Belo Horizonte: às 17h, na Praça Central

Pará
. Belém: a partir das 8h, no Mercado de São Brás. Também haverá assembleia com trabalhadores, ato público e manifestação de rua, a partir das 8h, no Mercado de São Brás e café da manhã dos servidores do MPPA, TJPA, DP-PA e Alepa, com panfletagem e diálogo com a população do comércio belenense (das 8h às 10h, na Praça Felipe Patroni)

Paraíba
. João Pessoa: Dia Nacional de Luta em Defesa do Serviço Público, contra privatizações e contra a PEC 32

Paraná
. Curitiba:às 18h, na Praça Santos Andrade

. Maringá: ato ao lado do Terminal Maringá, às 16h30

. Umuarama: ato em frente à UPA, às 9h, na Av. Ângelo Moreira da Fonseca, 786

Pernambuco
. Recife: concentração no Parque 13 de maio, às 15h, e caminhada pela Rua do Hospício até os Correios no Centro

Ato também às 15h em frente à Faculdade de Direito do Recife. Haverá distribuição de cestas básicas (no horário da manhã)

Piauí
. Teresina: às 8h, na Praça da Liberdade

Rio de Janeiro
. Rio de Janeiro: às 16h, com concentração na Candelária e caminhada até o Alerjão. Também na cidade do Rio, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe/RJ), fará um ato na Praça Pio X, às 15h

. Campos dos Goytacases: ato a partir das 9h, no Calçadão do Centro da Cidade (Pelourinho)

. Mendes: ato do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ (Sepe/Mendes), contra a PEC 32 e #ForaBolsonaro, na Praça das Bandeiras, às 11h

. Niterói: ato às 9h, em frente ao CE Liceu Nilo Peçanha

. Nova Friburgo: ato contra a PEC 32 e #ForaBolsonaro, às 17h, na Rodoviária Urbana

. Resende: ato às 17h no Mercado Popular

. Rio das Ostras: ato no Sacolão Rei do Âncora, às 10h (Rua das Casuarinas)

Rio Grande do Norte
. Natal: a partir das 14h, em frente à agência do INSS, na Rua Apodi

. Mossoró: ato público às 8h, no bairro Aeroporto

Rio Grande do Sul
. Porto Alegre: às 11h, no HPS; às 13h, Vigília no Palácio Piratini; às 18h, ato na Esquina Democrática

. Rio Grande: manifestação às 14h, na Praça Central

. Santa Maria: ato às 14h, no Largo Doutor Pio

Rondônia
. Porto Velho: às 8h, na esquina da Av. José Vieira Capúla com Av. Rio Madeira

Santa Catarina
. Florianópolis: ato às 16h, em frente à Catedral

. Joinville: ato às 18h30, na Praça da Bandeira

. Blumenau: ato/assembleia do Sintraseb e Sinte Regional, às 15h, na Praça da Prefeitura

. Criciúma: panfletagem, das 9h às 18h, na Praça Nereu Ramos, ações de pressão aos deputados federais na região e ato no final da tarde

. Jaraguá do Sul: das 9h às 17h acontecerá panfletagem no Terminal Urbano e ato de encerramento no Museu da Paz, às 17h

. Chapecó: ato às 17h30, em frente à Catedral

São Paulo
. São Paulo: 15h, ato na Praça da República, centro

. Bauru: 15h30, carreata com concentração na Praça da Paz

. Campinas: 17h30, ato no Largo do Rosário, centro

. Carapicuíba: 10h, no Calçadão de Carapicuíba 

. Diadema: 10h, ato na Praça da Matriz (Praça Pe. Agostinho Bertoli, s/nº, Centro)

. Jacareí: 10h15, ato na Praça Conde Frontim

. Limeira: 8h, ato em frente à Prefeitura (Rua Prefeito Doutor Alberto Ferreira, 179, centro)

. Osasco: 14h, em frente ao Osasco Plaza (Rua Ten. Avelar Píres de Azevedo, 81, centro)

. Praia Grande: às 10h, em frente à Câmara Municipal

. Ribeirão Preto: 17h, ato na Esplanada do Pedro II

. Santo André: 9h, caminhada com concentração em frente ao SindSaúde ABC (Av. Pereira Barreto, 1.900, em Santo André), com caminhada até o Paço Municipal de São Bernardo. Também às 10h, ato no Paço Municipal de Santo André (Praça IV Centenário, s/nº)

. Santos: 10h, ato na Praça Visconde de Mauá, centro

. Em São Bernardo: 9h, ato na Praça da Matriz, centro

. São Carlos: 17h, ato na Praça do Mercado Municipal (Praça Maria Aparecida Resitano)

. Em São José dos Campos: 8h, ato no Paço Municipal (Rua José de Alencar, 123, Centro)

Sergipe
. Aracaju: ato às 8h, em frente à Assembleia Legislativa. Os professores e professoras da rede estadual e das 74 redes municipais filiadas ao Sintese farão ato contra a reforma administrativa, por valorização do magistério e pela revogação do desconto de 14% nas aposentadorias e pensões dos servidores públicos estaduais. Às 15h, ato das centrais sindicais na Praça General Valadão, com caminhada pelas ruas do centro