Lutas Populares
Movimentos de luta pela Terra e por Moradia marcham pelo centro de SP
Da Página do MST
Durante toda a tarde de ontem, 17 de março, milhares de manifestantes caminharam da Avenida Paulista até o Prédio do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), na praça da Sé, em uma manifestação contra a ameaça dos despejos.
O dia 31 de março marca o fim da suspensão dos despejos devido à pandemia, suspensão decidida no âmbito da ADPF (Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental) 828 do STF. No último dia 16 foi protocolada a cautelar de prorrogação dessa ADPF por mais seis meses no STF. Se não for prorrogada, mais de 130mil famílias poderão ser colocadas na rua de uma hora para outra já no mês de abril.
Em São Paulo, apenas no acampamento Marielle Vive, 450 familias que produzem, trabalham e convivem estão sob este risco. Essas famílias ocuparam uma fazenda completamente improdutiva e em seu lugar construíram um espaço de convívio, trabalho, estudo e moradia. Como lembrou Gerson Oliveira, da direção estadual do MST, os acampamentos são locais de moradia e também de cuidados sanitários, o que proporciona, ainda, a segurança das famílias durante o período de pandemia.
“No caso do Marielle Vive, onde as família também produzem, trata-se de um espaço de garantia da segurança alimentar. “Aqui ninguém passa fome desde 14 de abril de 2018″. As famílias do Marielle se assemelham outras 40 mil ameaçadas de irem pra rua somente no Estado de São Paulo”, afirmou Geson em seu discurso, durante o ato.
Nesse sentido, Gerson pontuou em sua fala: “A responsabilidade que está com o Supremo é da mais alta gravidade. Essas canetas podem se manchar de sangue caso não prorroguem essa ADPF e coloquem essas famílias na rua. Ainda há pandemia, ainda há variantes, ainda há fome!”
Em mais de 4 horas entre a concentração e a chegada, o grito foi dado e a demanda foi exposta, segundo os organizadores.” Esperamos que as autoridades não cometam mais essa injustiça com o povo trabalhador. Além de exigir a prorrogação da suspensão dos despejos pelo STF, a organização também protocolou um pedido de audiência com a presidência do TJ-SP” afirmou Gerson, para pautar o Despejo Zero em todo o Estado de São Paulo.
Diversas famílias do acampamento Marielle Vive participaram do ato, assim como a militância do MST em São Paulo. O Ato Nacional Moradia pela Vida contou também com diversos movimentos de moradia como MTST, CMP, UMM, FLM, Luta Popular e diversos outros que estiveram presentes, mostrando como é fundamental a união entre os e as trabalhadores/as do campo e da cidade para massificar as lutas e conquistar as vitórias.
“É fundamental essa unidade dos movimentos populares contra os despejos, contra a fome, contra o bolsonarismo para pautar um projeto popular para o país”, conclui.
*Editado por Fernanda Alcântara