Lançamento do 1º Comitê Popular no assentamento Comunidade dos Sonhos, em RR

Da Página do MST

No dia 24 de abril (domingo), durante as atividades do I Acampamento Pedagógico  da Juventude Sem-Terra de Roraima, foi realizado o lançamento público do Comitê Popular de Lutas, no município de Mucajaí, no assentamento Comunidade dos Sonhos. Este já é o segundo Comitê construído no estado durante esse ano.

O lançamento foi marcado pela presença de diversos grupos da juventude rural e da cidade, indígenas e não-indígenas, além da presença dos companheiros Geomar Vilela, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); Natanael Gomes, do Partido dos Trabalhadores (PT-RR); Maria Silva (a Bia),  coordenadora do MST em Roraima, e de Gilson de Souza, coordenador da região Mucajaí do MST em RR e assentado da Comunidade dos Sonhos.

O companheiro Geomar Vilela (MST) iniciou falando da importância desse Comitê para que agricultores e famílias do campo possuam um espaço de trocas e proposições que surgem com suas vivências diárias. A fala e a escuta no coletivo tem um potencial de grande relevância nas transformações de cada realidade social, ele defende. “É através desses comitês, que vamos criar um projeto popular para este país. Para que se torne realidade um governo do povo e para o povo”.

Em seguida, Gilson de Souza (MST em RR) narrou sobre os desafios dele e de sua família em receber o comitê na Comunidade dos Sonhos. “Quando estamos falando de uma responsabilidade dessas, sabemos que o peso vem pra cima da gente.” Ele narrou sobre suas experiências, principalmente com a repressão do Estado através do uso das forças armadas em reintegrações de posse contra os trabalhadores do campo, e de sua felicidade em ver todos os movimentos que estavam presentes compartilhando daquele momento.

“Um peso a mais, um peso a menos, não importa. Vou continuar firme na luta, na resistência aqui. E, para firmar esse compromisso, é que estamos formando esse comitê popular aqui em casa”, concluiu Gilson.

Natanael Gomes (PT-RR) relatou sobre a proposta nacional para a criação dos Comitês Populares e de Luta, os objetivos e desafios para a retomada de governabilidade do Brasil, e a importância da participação ativa da população de cada localidade, mostrando, orientando e acompanhando os caminhos a serem percorridos para a transformação de nossa realidade social e da construção de um poder popular.

Na sequência, a coordenadora do MST em Roraima, Maria Silva (Bia), apresentou o Comitê Popular de Lutas como uma ferramenta fundamental, construída e pensada pela classe trabalhadora. “´É através da atuação dos movimentos sociais, organizações e juventude, que será possível a construção de um projeto popular para o Brasil”.

E ela completa que, para esse projeto acontecer, é necessário que todos estejam presentes e incluídos: crianças, juventude, idosos, mulheres e homens, ou seja, toda a nossa sociedade da forma que organizamos. E finaliza afirmando a importância desses comitês para construção de um real trabalho de base nas periferias, no campo e nas comunidades, nos lugares mais distantes do meio urbano. ”É o agir, a prática, a ação, que nos possibilita mudar nossa realidade social e construir um poder popular.”

*Editado por Fernanda Alcântara