Agroecologia
Confira os 20 anos de Escola Milton Santos de agroecologia
Por Kanova
Da Página do MST
Fotos: equipe de comunicação da escola
Era Junho de 2002 quando militantes do MST da região noroeste do estado do Paraná deram início à construção da Escola Milton Santos de Agroecologia. Sediada em Maringá, através de uma concessão entre prefeitura municipal, Universidade Federal do Paraná e MST, a escola iniciou sua atividade em um terreno abandonado e cheio de ruínas de uma antiga indústria cerâmica falida.
O terreno, com cerca de 70 hectares, estava degradado pelo mau uso dos antigos proprietários, o que impossibilitava a produção agrícola. Iniciou ali o desafio de construir a agroecologia, recuperando e dando significado ao território. As salas de aulas foram construídas em cima de ruínas de ferro e concreto. Os alojamentos eram improvisados no galpão abandonado.
No solo improdutivo foi iniciado um processo de recuperação com plantio de árvores. Onde não nascia uma só planta, foram plantadas as primeiras árvores criando se bosques produtivos.
O trabalho voluntário dos primeiros trabalhadores possibilitou que jovens das áreas de reforma agrária pudessem cursar o técnico em agroecologia, aplicando no próprio território os saberes adquiridos em sala de aula.
A agroecologia é o motivo da escola ganhar vida. As experiências produtivas, além de servir para a alimentação dos que vivem e estudam na escola, servem como modelo de produção agrícola a ser implementado em áreas de assentamentos e pequenos agricultores. “A escola assumiu a agroecologia a partir de uma demanda dos movimentos sociais da Via Campesina de uma nova maneira de viver e organizar a produção e a vida no campo” afirmou Nilciney Toná, da coordenação política da escola.
A agroecologia está entranhada no cotidiano através da produção de alimentos, da formação técnica e profissional. Nesses 20 anos de trajetória, formaram-se 5 turmas de tecnólogo em agroecologia, pedagogia, EJA, além de intercâmbio entre Brasil e Haiti, curso de curta duração com foco na formação humana e técnica.
“Ela (a escola) se construiu como uma espaço de encontro, articulação e de luta em conjunto dos trabalhadores do campo e da cidade. Sendo um local de produção de alimentos saudáveis e de produção de conhecimento em base agroecologia, então uma referência de agroecologia para a região e o estado na formação dos sujeitos do campo para atuação nas áreas de acampamento e assentamentos fomentando a reforma agrária popular.” afirmou Toná.
No último sábado, dia 11, em atividade de comemoração dos 20 anos, estiveram presentes amigos, parlamentares e militante do MST. A atividade foi o primeiro passo para a continuidade de um projeto de formação emancipatória da sociedade de na construção da agroecologia. “Hoje se inicia o primeiro dia dos próximos 20 anos”, afirmou João Flávio Borba, da direção política da escola.
Na ocasião da atividade de comemoração, a coordenação da escola recebeu do deputado estadual Professor Lemos (PT), uma Menção Honrosa da Assembleia dos deputados do Paraná em comemoração dos 20 anos da escola.
*Editado por Fernanda Alcântara