Financiamento Coletivo
Após veto do MASP, núcleo Retomadas lança campanha de financiamento coletivo para produção de livro
Da Página do MST
Meses após o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) vetar fotos e documentos do acervo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da exposição Histórias Brasileiras, o núcleo Retomadas, lança uma campanha de financiamento para custear uma publicação que vai documentar todo o processo de criação, enfrentamento e debate público que tem se dado em torno dele.
A publicação que será co-editada pela Editora Expressão Popular, deverá ser lançada em 2023 nas versões on-line, impressa e bilíngue.
A obra reunirá reflexões, textos e ensaios visuais inéditos, produzidos através de convites e de chamada pública.
Entenda o caso
À convite do MASP, as curadoras Clarissa Diniz e Sandra Benites desenvolveram o projeto do núcleo curatorial Retomadas para a exposição Histórias Brasileiras, com curadoria geral de Adriano Pedrosa e Lília Schwarcz.
Em maio de 2022, o Retomadas foi cancelado por suas curadoras após o MASP vetar a inclusão de fotografias de Edgar Kanako Xakriabá, André Vilaron e João Zinclar que documentam a luta do MST e dos movimentos indígenas contra o saque colonial e a desigualdade fundiária brasileira. Para Clarissa Diniz e Sandra Benites, o cancelamento foi uma escolha ética diante da “impossibilidade de incluir, no Retomadas, a completa representação que o intitula”.
O cancelamento e suas motivações tornaram-se públicas, fato que culminou com o reconhecimento do erro institucional por parte do MASP e a volta do núcleo a mostra Histórias Brasileiras, em cartaz desde o último dia 26 de agosto no museu.
Durante as negociações, as curadoras do núcleo e os artistas cujas obras foram vetadas elaboraram proposições de reparação diante da violência institucional que sofreram. Uma delas, contudo, não foi acolhida pela instituição: a realização de uma publicação que possa debater a trajetória do Retomadas e levar o debate ao maior número possível de pessoas pelo Brasil afora.
E esse é o objetivo dessa campanha de financiamento, viabilizar a publicação que ficou de fora dos acertos entre o MASP, as curadoras e os artistas, de forma a lutar contra o risco de apagamento e de silenciamento que ronda as situações de luta e conflito histórico que não são devidamente debatidas, documentadas e historiografadas.
Como apoiar?
A campanha acontece por meio da maior plataforma de financiamento coletivo do Brasil, o Catarse, para acessar clique AQUI. Acompanhe também pela página do Instagram da campanha.
*Editado por Solange Engelmann