Destruição

Incêndio destrói barracos e plantação de assentamento do MST no Cerrado de Goiás

Ainda não se sabe se o foco do incêndio foi provocado pela seca e as altas temperaturas, ou criminoso; famílias arrecadam doações para conter estragos
Fogo se alastrou pelo Assentamento, queimando lavouras, mangueiras e algumas moradias. Foto: MST GO

Da Página do MST

Na tarde desta segunda-feira (12), por volta das 16 horas, o assentamento Popular Dom Tomás Balduíno do MST, localizado em Formosa, Goiás, foi invadido por um grande foco de incêndio.

De acordo com as famílias assentadas que residem no local, o fogo veio da fazenda vizinha próxima ao Assentamento, área de preservação do Cerrado, e rapidamente se alastrou por todo Assentamento, queimando lavouras, mangueiras de canalização de água para consumo das famílias, e algumas moradias.

Ninguém ficou ferido, e ainda não se sabe se o foco de incêndio foi natural, provocado pela seca e as altas temperaturas, ou um ato criminoso. As famílias iniciaram uma campanha de arrecadação de doações para amenizar os estragos.

O Território é referência na cidade de Formosa e região pela produção, comercialização e doação de uma grande diversidade de alimentos agroecológicos.

 O MST conclama a todos, todas e todes a serem solidários com os companheiros e companheiras do assentamento Popular Dom Tomás Balduíno, contribuindo com lonas, mangueiras, água, utensílios domésticos básicos, entre outros itens de emergência.

O fogo foi controlado, mas a comunidade precisa de apoio para reconstruir o que foi destruído pelas chamas. Além do incêndio, as perdas da plantação e vegetação nativa, preocupam as famílias, e não é de hoje na região.

As famílias estão precisando de doações de lonas, mangueiras, água, utensílios domésticos básicos, entre outros itens de emergência. Foto: MST GO

Desmonte das políticas para o Meio Ambiente e invasão agropecuária

A falta de políticas públicas que preservam o bioma tem ameaçado não só a fauna e flora como também os povos tradicionais, que dependem do ecossistema para manterem seu modo de vida.

Neste sentido, denunciamos que o governo Bolsonaro, aliado ao agronegócio, não colocou em prática o Código Florestal Brasileiro e cortou R$ 35 milhões do orçamento do Ministério do Meio Ambiente para 2022.

Só em 2021, o Cerrado perdeu 8,5 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa. Foto: MST GO

O atual governo coleciona diversos outros ataques ao bioma, incluindo a flexibilizações de normas ambientais, incentivo ao avanço da agropecuária e incentivo à violência contra a populações tradicionais e indígenas.

De acordo com estudos do Mapbiomas, as atividades do setor agropecuário foram responsáveis por 98,8% do desmatamento no Cerrado entre 1995 e 2020. O bioma concentra 30% de toda área desmatada no Brasil. Só em 2021, o Cerrado perdeu 8,5 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa, segundo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Solidariedade

Saiba como ajudar as famílias que perderam seus lares e plantações com o incêndio:

Assentamento Dom Tomás Balduino- Área 2, Fazenda Cangalha

PIX (celular): 62981225983

Nubank

Elizete Silva Brito

Contato: (62)981225883 – Elizete

*Editado por Solange Engelmann