MST comemora 35 anos com organização, luta e festejos

Por Cadu Souza, do coletivo de comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

É com organização, luta e festejos que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) comemora os 35 anos de história na Bahia. Desde o início do ano, as famílias Sem Terra organizam ações em comemoração a este momento histórico para o movimento. Só neste ano foram realizadas 16 ocupações de terra no estado.

Durante toda essa trajetória o MST foi construindo um legado na luta pela terra, que só na Bahia são organizados mais de 380 acampamentos e assentamentos e envolvem mais de 35 mil famílias. Durante os últimos dois anos de pandemia, foram doados quase 40 toneladas de alimentos livres de veneno, produzidos pelas famílias de cada acampamento e assentamento de toda Bahia. 

Este foi motivo de muita comemoração e as atividades celebrativas iniciadas ainda em agosto, no Armazém do Campo em Salvador. Com muita música e animação, centenas de pessoas puderam festejar os 35 anos do MST na capital baiana, o show foi por conta de Pedrão Abib, do samba da democracia e Verlando Gomes, da banda Flor Serena.

Durante os dias 08 a 11 de setembro, foram organizadas atividades na região do extremo sul da Bahia, no centro de Itamaraju e no assentamento 40/45, em Alcobaça, onde ocorreu a primeira ocupação do MST no estado.

Durante esses dias de festejos do aniversário, o MST realizou a Feira Agroecológica da Reforma Agrária, com produtos dos acampamentos e assentamentos, que contou com atividades diversas, como o Ato dos Povos: Por Terra, Teto e Pão; Encontro com Amigos do MST e atividades culturais. No assentamento 40/45, aconteceram atividades políticas e culturais, como: Oficinas; Torneio de Futebol; Cavalgada; Apresentações dos alunos da Escola Eloi Ferreira; Ato do Plantio de árvores; Ato de celebração dos 35 anos com bolo; culto ecumênico e shows com muitos artistas da região e do estado.

Desafios para esse período

E nesse momento que todo o MST comemora os 35 anos, muitos desafios estão lançados, e um deles é o compromisso de todos os agricultores em contribuir na eleição de um governo popular, no apoio a candidaturas aliadas com a Reforma Agrária, agroecologia e a soberania alimentar.

“Temos que eleger um governo popular que dialogue com os acampados e assentados, que possibilitem créditos para melhorar a vida das pessoas, como moradia, infraestrutura, energia, água potável, estradas… Assim como, renovar o governo na Bahia, elegendo parlamentares ligados à agricultura e Reforma Agraria”, afirma Evanildo Costa, da direção nacional do MST-BA. 

Na Bahia, o Movimento Sem Terra lança a candidatura de dois militantes que ajudaram a construir o movimento no estado e levam a luta pela terra para frente: Valmir Assunção, deputado federal e Lucinha do MST, candidata a deputada estadual. 

Valmir Assunção 1310 (BA) 

Valmir é homem negro e nasceu dentro do Movimento. Envolvido na construção de diversos assentamentos, Valmir sempre se destacou por agitar as massas a partir de suas vivências com o povo. Foi o primeiro negro nordestino a integrar a direção nacional do MST e ajudou a expandir o Movimento na Bahia. Em 2006, assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (SEDES), lutando contra o coronelismo e a pobreza no estado. Valmir é natural de Itamaraju, tem 52 anos e concorre à reeleição a deputado federal na Bahia. 

Lucinha do MST 13100 (BA) 

Lucinha conheceu o Movimento Sem Terra com 15 anos. Participou de ocupação na Bahia e ajudou a construir o Assentamento Bela Vista. Já foi coordenadora-geral do Acampamento de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Bahia, da Coordenação Nacional de Movimentos Sociais. Atualmente, é Secretária Nacional de Movimentos Populares do PT e concorre ao cargo de deputada estadual pela Bahia.

*Editado por Fernanda Alcântara