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Escola do Campo reivindica restauração de ginásio esportivo e manutenção de estradas em assentamento de Jóia
Por Maiara Rauber
Da Página do MST
Na última quinta-feira, dia 10 de novembro, educadores, pais e educandos dos Assentamentos Rondinha, Barroca, Tarumã e 31 de Maio, situados no município de Jóia se reuniram com o Prefeito Adriano Marangon e o Secretário Administrativo José Carlos Salles Machado e reivindicaram ações concretas para as problemáticas enfrentadas nos assentamentos. Também estava presente o vereador do mandato popular do partido dos trabalhadores Inácio Levinski.
Inicialmente foi apresentado pelos presentes a dificuldade de acesso à escola, principalmente em dias de chuva, devido a precariedade das estradas. “Eu moro no Assentamento Barroca, há 15 km da escola, e o acesso em dias de chuva é perigoso pela falta de manutenção das estradas”, explica a educanda Talita Estulano de Oliveira.
“Nosso deslocamento até a escola nos dias normais já é uma dificuldade porque as estradas são de péssimas qualidades, no entanto, quando chove tem alguns trechos que ficam intransitáveis pondo em risco a vida das crianças e de todas as pessoas no transporte escolar” afirma a mãe e educadora Leila Marques do Assentamento Tarumã, localizado a 12km da escola. De acordo com ela, em determinados lugares da estrada, nos dias de chuva o ônibus desliza, correndo o perigo de capotar, cair no barranco ou até mesmo, em alguns trechos, em rios. Isso tudo acontece por falta de cascalhamento nas estradas, e sem a manutenção das mesmas.
De acordo com as famílias Sem Terra, a chuva faz parte do dia a dia do camponês, é importante para as suas produções, mas nunca deveria ser um empecilho para os seus filhos e filhas adquirirem a sua educação.
Na conversa com o Prefeito de Jóia, Adriano Marangon, de acordo com os Sem Terra, foi informado que a principal dificuldade para a administração realizar a melhoria das estradas é a falta de pedras. Portanto, a prefeitura pede para as famílias do assentamento doarem as pedras para a prefeitura poder fazer a manutenção das estradas, levando em consideração a urgência do problema.
Segundo a professora Leila existem alguns implementos legais em relação a retirada de pedras das propriedades. “De acordo com a legislação municipal, só pode ser retirado uma determinada quantidade de pedras e em determinadas propriedades e com liberação ambiental. Nós, enquanto moradores, ficamos também com a responsabilidade contribuir na busca dessas propriedades onde estão essas pedras”, pontua a Sem Terra.
O outro ponto abordado na audiência foi a reivindicação da execução da obra licitada do Ginásio Poliesportivo Adão Pretto que encontra-se a menos de 30 dias dos últimos prazos para educação, o qual ainda está em fase inicial.
O local é destinado para formaturas, esportes escolares, ponto de encontro da juventude, das crianças, das famílias, dos veteranos, da comunidade em geral, no entanto a empresa responsável pela obra não cumpriu com os prazos, conforme a educadora Leila Marques, portanto ao não finalizar a obra deixa a comunidade órfão do seu espaço de lazer.
“Não temos um espaço de lazer de qualidade aqui no assentamento” aponta Talita, segundo ela, o local usado pelos educandos e pela comunidade é a quadra da escola, no entanto é pequeno e inviabiliza o seu uso em dias de chuva.
Segundo o responsável pela obra, o objetivo é entregar o ginásio até o dia 29 de novembro deste ano, com a elétrica pronta, o zinco aberto e as portas em funcionamento, dando, em tese, condições de realizar as formaturas de final de ano no espaço.
“Ficou esse acordo pré-estabelecido, assim como os banheiros também. Se isso não acontecer, o contrato será rompido imediatamente e uma nova empresa será responsabilizada pela obra”, finaliza Leila.
*Editado por Fernanda Alcântara