Apoio

Movimentos sociais, parlamentares e ativistas se levantam em defesa do MST

Ato ocorre nas redes, após abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito sobre ocupações do MST
Congresso Nacional do MST em Brasília. Foto: Mídia NINJA

Por Ninja

A perseguição contra o maior movimento social da América Latina, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ganhou um novo capítulo com a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que nasce a partir da criminalização das ocupações de terras improdutivas. Artistas, movimentos sociais e ativistas organizam campanha contra esta criminalização.

“É a 5º CPI em 18 anos usada para perseguir o MST e criminalizar a Reforma Agrária. Sem um objeto definido, é mais um palco para destilar ódio contra nossa luta. Seguiremos com nosso compromisso pela democratização da terra, a produção de alimentos e o combate às injustiças”, afirmou João Paulo Rodrigues, da Coordenação Nacional do movimento.

A abertura da CPI foi lida na quarta-feira (26) pelo deputado Arthur Lira, presidente da Câmara. Ativistas denunciam que o movimento é uma forma de impedir processos de formação, como o desenvolvido pelas mulheres camponesas, que mobilizaram a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, no último mês.

O MST determinou que o foco central das lutas deste ano será na denúncia sobre o aumento da fome e da violência no país, provado, principalmente, pelo avanço do modelo do agronegócio violento e cruel, que exclui camponeses, concentra a terra e destrói a natureza com o aumento das queimadas e uso excessivo de agrotóxicos, o que tem crescido de forma estarrecedora desde o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro (PL).

Atualmente, no Brasil, somente quatro em cada dez famílias conseguem ter acesso pleno e de forma satisfatória a alimentos, apontam os dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, de 2022, da Rede PENSSAN.

Nesse contexto, a fome atinge mais de 33 milhões de pessoas, que não têm a garantia do alimento, e mais da metade da população (58,7%), que enfrenta algum grau de insegurança alimentar. A pesquisa mostra que o país regrediu para um patamar equivalente ao da década de 1990 e voltou para o mapa da fome, que havia saído em 2014, nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT).

#TôComMST

A campanha #TôComMST foi lançada nesta quinta-feira (27), em um twittaço com o objetivo de reunir depoimentos em apoio ao maior produtor de arroz orgânico da América Latina e contrapor a perseguição contra o movimento. Confira alguns twittes: