Feira do MST
“Solidariedade não é dar a sobra, solidariedade é partilhar!”, afirma Gilmar Mauro
Por Equipe de produção de texto da 4ª Feira
Da Página do MST
O segundo dia da 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, nesta sexta-feira (12), no Parque Água Branca, em São Paulo, começou com um Café da Resistência, regado a frutas, pães, queijos, café e muito sucos saudáveis da Reforma Agrária, e contou com a presença de parlamentares, ministros, representantes do governo estadual, municipal e federal, além de apoiadores do MST.
Após o café os convidados se deslocaram para o auditório Paulinho Nogueira, no parque, onde foi realizado a Cerimônia Institucional de Abertura da 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, com diversas falas de apoio à Feira e à luta do MST. O ato contou com a participação de mais de 200 pessoas.
Durante a cerimônia, Gilmar Mauro, da direção nacional do MST, agradeceu a participação dos presentes na figura de diversos parlamentares, além do apoio do governo do estado de São Paulo, governo municipal e federal, pela parceria que possibilitou viabilizar a Feira. Ele também explicou que a Feira foi construída em 70 dias a partir da liberação do espaço e que representa apenas uma amostra de tudo o que o MST vem produzindo em 40 anos de luta.
“São milhares de trabalhadores por todo o Brasil que ajudaram a fazer e montar esta Feira. E nós decidimos de antemão reservar 25 toneladas, não das sobras da Feira, mas da produção que cada estado trouxe de alimentos que nós vamos distribuir no domingo aqui em São Paulo, para movimentos, organizações e comunidades carentes”, anuncia Gilmar.
O vereador Jair Tatto, do PT do município de São Paulo, criador do Projeto de Lei, que inseriu a Feira Nacional do MST no calendário oficial do estado de São Paulo a partir de 2019, destacou a importância desse espaço para a cidade e de como ela apresenta a produção do MST para a sociedade. “Esta feira é uma demonstração do que significa o MST. Esta é a Feira da maior diversidade que existe em todos os aspectos da sociedade brasileira.”
A Feira é aberta ao público e acontece até domingo (14). O espaço conta com mais de 500 toneladas de alimentos produzidos por famílias Sem Terra, de áreas de assentamentos e acampamentos do MST em todo país. O transporte dos alimentos foi feito em 58 caminhões até a capital paulista e vieram de 24 estados brasileiros. A Feira também oferece um espaço gastronômico, com 30 cozinhas de todas as regiões do país e a degustação de 75 pratos típicos diferentes. Todos os dias a partir das 18h também acontecem shows gratuitos, com mais de 300 artistas populares.
CPI do MST
Gilmar também voltou a ressaltar que o MST existe porque até hoje não foi feita a Reforma Agrária no país. “O MST foi criado pela categoria Sem Terra e enquanto existir um sem-terra nesse país, o MST tem obrigação de derrubar o latifúndio nesse país. E junto com a ocupação vem a produção de alimentos que vocês estão vendo na Feira.”
Sobre a CPI aprovada no Congresso Nacional contra o MST, Gilmar pontua que o MST não tem o que temer porque há quase quatro décadas luta pela Reforma Agrária e por direitos, e enfatiza que o MST se compromete a seguir em luta e continuar praticando a solidariedade Sem Terra.
“Nos comprometemos, enquanto parlamentares, a defender o MST em todos os parlamentos de todo o Brasil e em Brasília. Pois mais uma vez esta CPI quer criminalizar o MST e quer colocar pra baixo do tapete os crimes que o agro, hidro e o mineral negócio comentem neste país”, ressalta a deputada estadual do PT do Rio de Janeiro, Marina do MST.
Tô com o MST
Ressaltando a importância da Feira e do MST para a sociedade brasileira, além do papel imprescindível do MST em eleger Lula presidente nas eleições gerais de 2022, o Ministro de de Portos e Aeroportos do Brasil, Márcio França, afirmou que a Feira é um convite para a sociedade conhecer a produção do MST. “A feira é um convite para as pessoas verem a produção que é feita nos nossos assentamentos”.
No mesmo sentido, o Secretário Geral do governo de São Paulo, Marcos Penido comentou sobre a alegria do governo do estado em receber a Feira do MST no centro da capital paulista e ressaltou, que “a luta contra a fome é a luta de todos nós!”
“Nós do governo de São Paulo estamos muito felizes em receber na capital do estado todos os trabalhadores e trabalhadoras de todo o esse Brasil. Trabalhadores que representam a agricultura, a luta e a importância do campo, para o nosso país e para o desenvolvimento”, disse ele.
Já o presidente do Serviço Social da Indústria (Sesi) de São Paulo, Vagner Freitas, falou sobre a importância da produção de alimentos do MST para contribuir no combate à fome e no desenvolvimento da indústria. “A desigualdade é um problema gravíssimo que impede o desenvolvimento do Brasil. Não é possível, se você quer construir um mercado consumidor forte pro desenvolvimento interno e crescimentos da indústria que você tenha pessoas que passam fome no Brasil”, ressaltou.
Vagner também anunciou uma boa notícia, de que o Conselho do Sesi está discutindo para as escolas e estruturas do sistema S passar a comprar alimentos da agricultura familiar e camponesa para melhorar a alimentação e o futuro dos alunos e funcionários.
Confira a programação:
12/05 – Sexta-feira
Noite – 18h às 20h
Palco Arena
Yago Oproprio
Jorge Aragão
13/05 – Sábado
Manhã – 10h:
Ato em defesa da Reforma Agrária
Tarde – 12 às 18h
Apresentações artísticas:
Cacique e Pajé
Baobá
Clarianas
Canções de luta
Jongo
Seminários e oficina
14h: 135 anos da abolição: latifúndio, fome e trabalho escravo;
Local: Espaço Melhor idade
14h: Reforma Agrária, conflitos e desafios na atualidade;
Local: Auditório 1 – Paulinho Nogueira
14h: Oficina: Arpillera, como técnica têxtil
Local: Tenda em frente o palco terra
15h – Reunião: 40 anos do MST e a Memória
Local: Tenda último pavilhão
Noite – 18h às 20h
Palco Arena
Gaby Amarantos e Jhony Hooker
Escola de Samba Camisa Verde e Branco
14/05 – Domingo
9h: Maracatu
10h: Conferência pelo Direito à Alimentação Saudável
Tarde – 12 às 18h
13h: Ação “MST cultivando solidariedade”
Apresentações artísticas:
Samba de origem
Pastoras do Rosário
Pereira da Viola
Folia de Reis
Trupe de Olho na Rua
Seminários
14h: Seminário: Cortejo Agroecológico e Cultural
14h30: Ato Político: Agroecologia na Boca do Povo
Local: Café literário Carolina Maria de Jesus
Noite – 18h às 20h
Palco Arena
Cantadeiras
Lenine
Larissa Luz
Liniker
Alzira Espíndola
Tulipa Ruiz
Chico Cesar
Mestrinho
Feira dos produtos da Reforma Agrária acontece todos os dias das 8h às 20h.
*Editado por Diógenes Rabello