Reforma Agrária Popular
Assentamento Palmares II completa 29 anos e realiza grande festa no Pará
Da Página do MST
Em 1994, cerca de 1.500 famílias ocuparam parte da fazenda Rio Branco, em Paraupebas/PA, com o objetivo de ter terra para trabalhar e dela tirar o sustento. Com a desapropriação da área, foram assentadas 537 famílias, cada uma com 25 hectares de terra e nesses 29 anos muitas outras coisas foram conquistadas a parir das lutas das famílias organizadas pelo movimento.
O assentamento Palmares IIconta com quatro escolas de Educação do Campo que atendem crianças, jovens e adolescentes do assentamento e das comunidades vizinhas. Além disso, ainda há o Instituto de Agroecologia Latino Americana (Iala), posto de saúde com atendimento básico, água encanada, comércio, praças, cooperativa de transporte entre outras conquistas, tudo fruto da luta organizada das famílias Sem Terra.
Já é uma tradição: todo mês de junho as famílias se organizem e fazem a festa de aniversário do assentamento e neste ano não foi diferente. Com vasta programação, entre os dias 23, 24 e 25 deste mês, as famílias organizaram na praça principal do assentamento o grande arraial Sem terra.
No primeiro dia aconteceram as atividades ligadas à igreja católica e evangélica, com churrasco, shows de cantores, vendas de comidas típicas e, nas escolas, apresentações de quadrilhas juninas organizadas pelos professores e alunos.
Um grande torneio de futebol feminino e masculino envolveu times dos assentamentos Palmares I e II e também demais equipes do município de Paraupebas, movimentando o segundo dia de festa. Em seguida, um grande show do cantor Tico Juliano, DJ Natana e da cantora Rebeca Lindsay, de Belém do Pará, que arrastou uma multidão para a praça onde estava armado o grande arraial Sem Terra.
Encerrando o terceiro dia aconteceu a grande cavalgada que levou para as ruas do assentamento centenas de pessoas e que já é uma tradição na programação da festa. Para Tito Moura, da direção estadual do movimento, o assentamento Palmares é um exemplo de que a luta pela terra e a Reforma Agrária é uma necessidade da sociedade.
“Não tem outra saída e temos que fortalecer a luta por terra, trabalho e produção de alimentos saudáveis. Olhem o exemplos de nossas comunidades e das famílias do assentamento Palmares II em especial que, de forma organizada, conquistaram terra, trabalho, casa, escola, saúde e se libertaram das mãos do latifúndio. Por tudo isso precisamos sempre comemorar a luta e as conquistas de todas as famílias Sem Terra”, finaliza Moura.
*Editado por Fernanda Alcântara