Mobilizações
MST inicia Assembleias Populares de mobilização no Paraná
Por Setor de Comunicação e Cultura do MST no PR
Da Página do MST
Nesta terça-feira (18), em Guarapuava, começa o mutirão de Assembleias Populares de Mobilização Permanente pela Reforma Agrária do Paraná. A ação compõe a agenda itinerante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) com o MST. Ao todo, serão 11 dias de assembleias em todo o estado, com a presença do superintendente Nilton Bezerra Guedes.
A atividade será no assentamento Nova Geração, a partir das 9h, e vai unir assentados, acampados, faxinais, posseiros e quilombolas. A expectativa é que mais de 800 pessoas participem da assembleia, com pautas e reivindicações das comunidades.
As famílias acampadas cobram a suspensão de todas as reintegrações de posse e a regularização fundiária do complexo Zattar (em vários municípios da região), das famílias posseiras da antiga madeireira GVA (em Guarapuava), e da comunidade localizada na fazenda Rodeio (em Reserva do Iguaçu). Ao longo desta última segunda (17), centenas de camponesas e camponeses fizeram pelo menos três trancamentos na BR 170, em Guarapuava, para chamar atenção para as reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.
“Nós estamos no assentamento Nova Geração, para que o Incra e o governo federal atendam as necessidades das famílias acampadas nos municípios de Pinhão, Reserva do Iguaçu, Guarapuava, Inácio Martins e Candói. Que a superintendência do Incra do estado do Paraná e do Brasil vejam e olhem para a pauta de amanhã e tragam um planejamento às famílias assentadas e acampadas”, afirmou Nelson Preto da Coordenação Estadual do MST, região Centro do Paraná.
Após a assembleia, haverá um almoço com alimentos da Reforma Agrária Popular, oferecido a todo público participante, a partir das 12h. Ainda nesta terça-feira (18), a ação continua no município de Goioxim, às 14h, no Salão Paroquial. Vão participar da ação os assentamentos e acampamentos dos municípios de Guarapuava, Cantagalo, Goioxim, Marquinho, Campina do Simão, Pinhão e Reserva do Iguaçu.
Mais de 80 acampamentos rurais cobram Reforma Agrária
Cerca de 7 mil famílias vivem em acampamentos rurais no Paraná, em 83 comunidades, espalhadas por todas as regiões do estado. Algumas foram iniciadas há mais de 30 anos, e ainda aguardam pela efetivação da Reforma Agrária.
As áreas ocupadas cumprem os requisitos para serem desapropriadas e destinadas à Reforma Agrária, por terem sido do narcotráfico, serem improdutivas, terem casos registrados de trabalho escravo, crimes ambientais ou dívidas com a União, entre outras situações.
Apesar da demora na efetivação dos assentamentos, as famílias Sem Terra têm avançado na produção de alimentos e na organização das comunidades, com construção de espaços comunitários, igrejas, mercados, 17 hortas comunitárias e nove escolas itinerantes.
Desde o início da pandemia, mais de 1100 toneladas de alimentos foram partilhadas por famílias do MST para moradores urbanos, em solidariedade ao avanço da fome em todo o país. Grande parte destas doações vieram de famílias ainda acampadas.
Confira o calendário das Assembleias Populares:
18/07 – Guarapuava – Assentamento Nova Geração / Goioxim – Salão Paroquial
19/07 – Rio Bonito do Iguaçu – Acampamento Herdeiros da Luta de 1⁰ de maio
20/07 – Quedas do Iguaçu – Assentamento Celso Furtado
21/07 – Clevelândia
01/08 – Teixeira Soares – Assentamento São Joaquim
02/08 – Imbaú
03/08 – Londrina – Assentamento Eli Vive
04/08 – São Jerônimo, Coanop
04/08 – Congonhinhas
15/08 – Cascavel
17/08 – Planaltina do Paraná
*Editado por Wesley Lima