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Chuvas em Alagoas: MST apresenta demandas dos assentamentos e acampamentos de Atalaia para gestão municipal

Documento elaborado pelo Movimento destaca ações imediatas que o Poder Público Municipal precisa tomar para resolução de questões estruturais das áreas de Reforma Agrária
Foto: MST Alagoas

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Na última quarta-feira (19), o MST entregou para a prefeitura de Atalaia, na Zona da Mata de Alagoas, um documento com o balanço da situação das áreas de acampamento e assentamento na região após fortes chuvas no estado no último período. O material além de destacar os principais prejuízos causados pelas chuvas, sinaliza ainda as demandas estruturantes para a gestão municipal avançar na resolução de problemas nas áreas.

“Em nossa compreensão, entendemos que precisa avançar na reconstrução imediata e no traçar ações estruturais que colaborem, no médio prazo, para evitar que revivamos situações que tem se tornado rotineiras, em especial no período do inverno”, destaca trecho do documento encaminhado à prefeitura municipal.

O quadro geral apresentado pelo MST no município revela as principais necessidades dos camponeses e camponesas da região neste período, em especial no que diz respeito a perda de lavouras onde o nível da água subiu e demandas de estradas para acesso e circulação das áreas.

O documento reúne um conjunto de registros fotográficos da situação de diversos acampamentos e assentamentos, onde pautam a ação do município para imediata resolução dos problemas.

Estado de Calamidade

As demandas de resolução encaminhadas pelo MST dialogam com os decretos de calamidade e emergência que, desde os altos números de pessoas desalojadas e desabrigadas em Alagoas e Pernambuco, tem pautado os estados atingidos para levantamento de demandas para junto ao Governo Federal, para avançar na consolidação de um amplo levantamento das situações nos diferentes territórios.

“Apresentamos as demandas prioritárias, solicitando ao poder executivo municipal que as mesmas sejam incluídas nas solicitações que deverão ser apresentadas aos Governos do Estado e Federal, em atendimento aos decretos de calamidade e emergência”, explicou o documento.

As demandas divididas em três eixos: 1) estradas e acessos; 2) fomento e investimento na produção; e 3) meio ambiente, apresentam um conjunto de medidas emergenciais para as áreas no município.

No que diz respeito ao tema das estradas e acessos, o MST pauta a necessidade de construção de linhas d’água nas estradas, além de piçarramento de alguns trechos e calçamentos. “Para que as nossas crianças não fiquem com o acesso ao transporte escolar limitado, a prefeitura precisa cuidar e viabilizar ações paliativas que garantam a regularidade dos transportes”, sinalizou o levantamento.

Já nas demandas de investimento na produção, o documento ressalta a necessidade de abertura de um edital para compra da produção dos assentados e acampados pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), bem como a criação de crédito para fomento da produção de alimentos saudáveis para o município.

O documento apresentado levanta ainda uma série de ações necessárias no tema do meio ambiente, como a criação de um programa de produção de mudas, ações de reflorestamento nas margens dos rios e etc.

Solidariedade Sem Terra

Ainda como parte das ações do MST desde o início das chuvas, o Movimento disponibilizou suas áreas de acampamentos e assentamentos para abrigar as famílias atingidas no estado.

Além disso, em todo o estado os camponeses e camponesas têm desenvolvido uma ampla campanha de arrecadação e doação de alimentos para os municípios. Somente em Atalaia o MST chegou a doar 3 toneladas de alimentos aos espaços que estão servindo de abrigo às famílias desabrigadas.

*Editado por Priscila Ramos