Deputados bolsonaristas esbanjam dinheiro público para atacar famílias camponesas, em GO

Da Página do MST

Na manhã desta segunda-feira (14), deputados bolsonaristas membros da CPI do MST protagonizaram mais um momento vexatório da Comissão, em diligência realizada em Goiás. O procedimento, que tinha a suposta intenção de investigar irregularidades na política de Reforma Agrária, serviu, na verdade, para estes deputados gravarem vídeos para suas redes sociais.

A diligência passou pela Prefeitura de Hidrolândia, pelo Acampamento Produtivo Dona Neura, na mesma cidade, e pela Superintendência Regional do INCRA, em Goiânia. Na Prefeitura de Hidrolândia, uma deputada federal, que não é mais membro da CPI, chegou a barrar a entrada da deputada federal Adriana Accorsi (PT-GO) no local. 

Em seguida, a diligência se dirigiu para o Acampamento Produtivo Dona Neura, na mesma cidade. O acampamento foi erguido em uma área que era usada para o tráfico internacional de pessoas e exploração sexual de mulheres. As Famílias Sem Terra ocuparam a área e seguem em luta para que o local seja destinado para fins de Reforma Agrária. 

No local, os deputados bolsonaristas permaneceram por cerca de quinze minutos somente. Não viram a produção de alimentos dos Sem Terra, que já está sendo organizada no local, nem escutaram os sonhos das famílias diante da conquista da terra. Saíram do local vaiados pelas famílias acampadas e por diversos representantes de sindicatos, coletivos, partidos, que estavam no acampamento em solidariedade. 

Na Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), os deputados se depararam com a realidade de desmonte que o órgão enfrentou durante o Governo Bolsonaro e a necessidade de se construir uma política de Reforma Agrária séria no país e em Goiás. 

Ou seja, gastaram dinheiro público, com a mobilização de helicópteros, diversos veículos, efetivo militar, para permanecerem quinze minutos no acampamento. O saldo da visita: diversos vídeos e fotos nas redes sociais dos deputados.

Esta diligência, assim como todas as outras, somente serviu para reafirmar que a CPI do MST é um palanque para deputados bolsonaristas agitarem sua base social. Ela não possui nenhuma intenção de debater, realmente, os desafios da Reforma Agrária. Sua única orientação é pela criminalização da luta pela terra no país. 

Enquanto MST, seguiremos em nossa luta contra a injustiça social e o latifúndio improdutivo. Reafirmamos nosso compromisso com o povo brasileiro e pela conquista da Reforma Agrária. Seguiremos denunciando a CPI do MST e todos/as que a defendem, como forma de criminalização dos movimentos sociais e da luta.

Esta CPI passará. A luta pela terra seguirá no Brasil até que toda Família Sem Terra tenha terra!

*Editado por Solange Engelmann