Agroecologia

Bem Viver na TV traz ‘agroecologia na boca do povo’

Programa celebra Dia Nacional da Agroecologia traz os preparativos para o congresso sobre o tema
O lema do congresso é uma tradução da articulação no campo da ciência, do movimento e da prática para que a gente pense caminhos e propostas. Foto: Acervo MST

Do Brasil de Fato

Bem Viver, programa do Brasil de Fato, celebra nesta edição o Dia Nacional da Agroecologia, comemorado em 3 de outubro. A data faz referência ao aniversário de Ana Primavesi, pioneira na compreensão do solo como um organismo vivo e referência mundial na área da agroecologia. Seus ensinamentos foram essenciais para pensar na produção de uma alimentação saudável e na interação equilibrada entre os seres humanos e a terra.

“Temos que tentar fazer uma agricultura cada vez mais natural e voltar aos tempos antigos onde tínhamos agricultura natural. Porque, hoje em dia, a gente acha que porque tem muita gente precisa de muita química, mas se a terra está boa eu não preciso tanto. Não é simplesmente produzir bastante, também precisa de qualidade”, explica Primavesi em uma das entrevistas gravadas pela Associação da Agricultura Orgânica (AAO), criada por ela em 1989.

O legado da agrônoma se traduz nos passos de hoje da agroecologia no país e está nos pilares da 12º edição do Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), que será realizado de 20 a 23 de novembro deste ano, na cidade do Rio de Janeiro, com o lema a ‘Agroecologia na boca do povo’.

“Não seria possível construir esse processo sem interagir com a volta do Brasil ao Mapa da Fome, sem enfrentar questões centrais e estruturais para a democracia no Brasil. O lema do congresso esse ano é uma tradução da ciência que a gente acredita. É uma tradução da articulação no campo da ciência, do movimento e da prática para que a gente não só pense em uma atuação em rede, mas que a gente pense caminhos e propostas”, afirma Natália Almeida, representante da  Associação Brasileira de Agroecologia (ABA).

A organização constrói o encontro em parceria com diferentes organizações e movimentos populares e busca através dele unir os saberes da academia e populares na produção do conhecimento voltado para agroecologia no sentido mais amplo.

“A agroecologia nasce primeiro com uma perspectiva do campo da produção [de alimentos], e a partir de uma crítica à industrialização da agricultura, da química e de como o trabalho na agricultura é organizado – uma dependência muito grande da indústria. Mas pouco a pouco esse olhar vai se ampliando e complexificando. Hoje a agroecologia fala sobre o sistema alimentar como um todo, desde a produção até o consumo”, explica Paulo Petersen, da organização AS-PTA, integrante da comissão organizadora do evento.

Considerado como o maior congresso de agroecologia da América Latina, o CBA deve contar com cerca de 3 mil pessoas inscritas. Ao longo de suas edições, a metodologia dos encontros prevê diversas atividades para trocas de conhecimentos, considerando a diversidade povos, lugares e saberes. A última edição realizada foi em 2019, em Aracaju. 

“Estamos vindo de uma crise sanitária e de um processo onde a ciência foi muito deslegitimada. Então esse CBA [de 2023] também é uma retomada da ciência como um campo de parceria, de lutas populares”, aponta Natália.

Além do negacionismo, o Congresso pretende denunciar o que pode ser considerado como “falsas soluções” para o mundo. 

“O CBA tem um papel muito importante para desmistificar a ideia de que a ciência inexoravelmente aponta na direção do agronegócio. Isso não é verdade. O agronegócio está nos levando na verdade a um calabouço da civilização. Então esse é o lugar de colocar a ‘agroecologia na boca do povo’, não só como no sentido do direito à alimentação, mas da agroecologia como enunciado político, que está felizmente se disseminando nas instituições científicas”, defende Paulo.

E tem mais…

No Alimento é Saúde, saiba a importância do autoconsumo na produção agroecológica. 

Tem uma reportagem especial sobre os jovens artesãos que preservam o legado de quebradeiras de coco babaçu em Tocantins.

E no Mosaico Cultural, saiba a relação entre arte e a reforma agrária na trajetória de 40 anos de luta do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST).

Quando e onde assistir

No YouTube do Brasil de Fato, todo sábado, às 13h30, tem programa inédito. Basta clicar aqui. 

Na TVT: sábado, às 13h30; com reprise aos domingo (às 6h30) e terça-feira (às 20h), no canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC 

Na TVCom Maceió: sábados, às 10h30, com reprise aos domingos (às 10h), no canal 12 da NET. 

Na TV Floripa: sábados, às 13h30, com reprise ao longo da programação, no canal 12 da NET. 

Na TVU Recife: sábados, às 12h30, com reprise às terça-feira (às 21h), no canal 40 UHF digital. 

Na TVE Bahia: sábados, às 12h30, com reprise quinta-feira (às 7h30), no canal 30 (7.1 no aparelho) do sinal digital. 

Na UnBTV: sextas-feiras, às 10h30 e às 16h30, em Brasília no Canal 15 da NET. 

TV UFMA Maranhão: quintas-feiras, às 10h40, no canal aberto 16.1, Sky 316, TVN 16 e Claro 17. 

Sintonize  

No rádio, o programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista.  

O programa também é transmitido pela Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.  

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o programa Bem Viver de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse. Para fazer parte da nossa lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected]

Edição: Marina Duarte de Souza