Rumo aos 40 Anos!
MST realiza Encontro Estadual no Distrito Federal e Entorno
Por Rafael Bastos
Da Página de MST
Entre os dias 17, 18 e 19 de dezembro, militantes e dirigentes do MST estiveram reunidos com muita animação é mística para realizar avaliação e um amplo debate sobre o desenvolvimento das atividades do ano de luta que termina, além de projeções para os próximos anos na luta política brasileira e da região Centro-oeste.
A atividade começou com muita animação do povo de luta para aquecer os corações e começar a organização com uma potente mística sobre o poder popular, essencial para a transformação social.
Alessandra, advogada popular e militante do setor de direitos humanos da RIDE, começou sua reflexão de análise de conjuntura internacional e os reflexos na região, pelos diversos movimentos de exploração do capital, que atentam contra a natureza e a soberania do Brasil. Ela também apontou que a expropriação dos territórios indígenas e quilombolas cobiçam “as terras, águas e outros recursos naturais, preservados pela população originária na resistência”.
Mobilização social
Mobilizar a base e organizar nossas áreas de Reforma Agrária será sempre uma tarefa. “Temos que olhar para dentro de casa e a nossa organização, antes de tudo”, afirmou.
Em seguida, a companheira histórica de luta, a deputada federal Erika Kokay (PT), foi enfática em afirmar que “o MST mantém a pauta da Reforma Agrária Popular em discussão, sem esquecer dos problemas estruturais do Brasil. Ela também refletiu com a militância, que a tarefa da luta pela terra é “cuidar da terra para quem ainda vai chegar”. Por isso, o Movimento é sustentável e tem no seu horizonte um projeto de nação. Raízes históricas de força ancestral e tem em sua potência a essência de ser “saudável, sustentável e solidária”, disse.
Diego Moreira, da coordenação nacional do setor de produção, cooperação e meio ambiente do MST, destacou a importância do povo estar organizado. “Não podemos recuar nem um centímetro, precisamos manter a posição e acumular forças nesse momento, em relação à política institucional. Ela não será sustentada sem o povo que elegeu o governo progressista de reconstrução nacional.”
O agricultor apontou que o governo não pode perder sua base de sustentação ou será fadado a derrota, em um momento de descenso de base. Diego também relembrou, que hoje ainda existem “60 mil famílias, que há dez anos estão embaixo de lona no país e que seguem firmes, sem conquistas, o que não é sustentável.”
E completou: “Precisamos apontar quais são as ações concretas com o nosso povo, para elevar o nível de consciência na luta que seguirá nos próximos 40 anos, independeste do governo. E precisamos fortalecer a base social do campo e cidade”, ressaltou.
A Superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA/DF), Cláudia Farinha, destaca que, na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), existem três governos que são contra as políticas de reforma agrária. “Por isso, precisamos compreender o momento que vivemos hoje, para que possamos juntos potencializar o INCRA. Estamos no movimento de reconstruir o INCRA, em meio aos desafios que foram postos pela gestão passada que sucateou, tentando acabar com a reforma agrária.”
Maria Ivonete dos Santos, conhecida como Nénem, assentada pela Reforma Agrária do Ceará e hoje lotada no INCRA nacional, comunica que nos bastidores, é possível ver que o governo está acuado frente ao bolsonarismo e o agronegócio. ”Esse processo acontece em meio a problemas de abastecimento, ligados diretamente à diminuição das áreas plantadas com alimento e aumento das áreas plantadas de commodities.”
Conquistas dos trabalhadores/as
Em meio às várias batalhas é importante reconhecer também as vitórias do povo na construção do “estoque de terras para a reforma agrária, vitória da articulação popular”, afirma Neném. Por fim, a assentada aponta que é importante revisar as problemáticas criadas pelo governo anterior e reafirmar, que “terra conquistada não é mercadoria” e não pode ser arrendada. “Terra, é para quem nela trabalha e o governo tem participação direta na organização dessa condição às famílias assentadas”, resume.
Camilo Santana, da direção da regional do MST no nordeste goiano, refletiu sobre as próximas eleições municipais e a tarefa do povo organizado nesse contexto. “É preciso ocupar as câmaras para lançar candidaturas Sem Terra, em meio a região dominada pelo agronegócio. Há uma necessidade de enfrentamento do conservadorismo pentecostal na área rural, que se reflete na luta pela terra”.
O militante também demarcou a necessidade da inserção dos jovens no desenvolvimento produtivo para fortalecer a agricultura e manter o povo no campo com qualidade de vida”. Ao final de sua fala afirmou que é preciso trazer novamente o slogan de campanhas antigas para conscientizar as famílias e fortalecer a formação da base Sem Terra para derrotar o bolsonarismo presente na estrutura social brasileira. “Trabalhador, vota em trabalhador e não em candidato do patrão”, concluiu.
A jornada socialista teve como foco o principio da solidariedade entre os povos do mundo e a denúncia do projeto sionista e imperialista, que segue a guerra de extermínio do povo de Gaza. E as atrocidades que são noticiadas pelos meio de comunicação populares, que enfrentam o lobby das empresas que orquestram a inviabilização dessas atrocidades e ataques aos direitos dos palestinos à vida e a um território.
Viva o povo Palestino!
Viva a resistência popular!
O canto sagrado alimenta a utopia.
Do fogo desta guerra, vai nascer um dia.
E a Palestina livre vencerá!”, entoou o povo Sem Terra.
*Editado por Solange Engelmann