Rumo aos 40 Anos!
Encontro Estadual do MST na Bahia chega ao fim com projeções para 2024 e novas conquistas
Por Wesley Lima
Da Página de MST
Entre os dias 19 e 22 de dezembro, o Movimento Sem Terra realizou o 36º Encontro Estadual na Bahia, no Parque de Exposições Agropecuárias de Salvador, com a presença de 2 mil trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra de dez regiões do estado.
O Encontro encerra o ciclo de atividades estaduais construídas pelo Movimento no ano e apresenta um conjunto de projeções para 2024, sinalizando alguns desafios e tarefas importantes para o conjunto da organização construir no próximo período, como a construção do 7º Congresso Nacional do MST, as comemorações em torno dos 40 anos do Movimento e um conjunto de agendas estaduais, como as feiras, processos de formação, organização produtiva, entre outras.
O encerramento do Encontro foi marcado pela realização de uma mesa com figuras importantes da política nacional, onde foram anunciadas algumas conquistas. Estiveram presentes o vice-governador da Bahia Geraldo Júnior, o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) Cesar Fernando Schiavon Aldrighi, o deputado federal Valmir Assunção, a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado da Bahia Fabya Reis, o assessor especial do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) Alexandre Conceição, o presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional Jeandro Ribeiro e um conjunto de representantes políticos e pré-candidatos às eleições municipais em 2024.
Durante o Ato de encerramento foi realizada a entrega do Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (CEFIR), de dois carros que vão auxiliar na produção e na comercialização de alimentos cooperados e as famílias Sem Terra foram contempladas pelo projeto dos quintais produtivos. Eliane Oliveira, da direção nacional do MST, aponta que essas conquistas são fundamentais para avançar na organização da produção e no desenvolvimento de novas iniciativas, potencializando as áreas produtivas e construindo novas possibilidades.
Para ela, encerrar o Encontro Estadual apontando conquistas é de extrema importância. “Esse encontro, que foi muito esperado durante este ano, por ser um ano de retomada da nossa democracia, apontou para nós o que será o próximo período e que a nossa militância tem um papel fundamental de reorganizar os nossos assentamentos apontando para o viés da produção, da comercialização. Apontando também para aos 40 anos do nosso Movimento”, explica Oliveira.
Foram quatro dias de muita mística, de animação e ela conta que o povo Sem Terra “se energizou com o novo governo e construiu expectativa e esperança de dias melhores no próximo período”. E continua: “acreditamos e reafirmamos que o próximo ano será de resistência, mas também de muitas conquistas”.
Com a atividade, o Movimento sinaliza que um dos principais desafios é avançar na organização de processos de luta em defesa da Reforma Agrária Popular, contribuindo na mobilização em torno das comemorações dos 40 anos do MST a nível nacional.
Além dessas questões, o Encontro aprofundou o debate em torno de diversos temas, como a conjuntura política e agrária, o debate em torno da cultura popular na construção da luta pela terra, a perspectiva da luta ambiental no enfrentamento à crise climática e o tema da questão racial na atualidade.
40 anos do MST
Como parte das comemorações dos 40 anos do Movimento, que será celebrado em janeiro de 2024, tendo como marco a realização do 1° Encontro Nacional na cidade de Cascavel, no Paraná, em 1984, o Encontro Estadual na Bahia rememorar a história e homenageou trabalhadoras e trabalhadores Sem Terra que participaram das primeiras ocupações no estado da Bahia.
Foi um momento emocionante. A história da luta pela terra na Bahia foi contada por um conjunto de símbolos, como as bandeiras, ferramentas de trabalho e gritos de ordem. Porém, a partir dos relatos e homenagens foi possível conhecer de perto e no detalhe a resistência Sem Terra baiana para consolidar o Movimento como conhecemos hoje.
Essas simbologias foram recuperadas ao final do Encontro Estadual, que reafirmou um conjunto de compromissos e tarefas, com o objetivo de seguir garantindo processos de mobilização e organização popular.
*Editado por Gabriel Vargas