Mulher Sem Terra
Mulheres Sem Terra se reúnem com INCRA no Rio de Janeiro
Por Iris Rodríguez
Da Brigada Nacional Joaquin Piñero do MST
O março não acabou, o março está em nós!
Ecoando o lema “Lutaremos por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos!”, mulheres de assentamentos e acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra das regiões norte, sul e região dos lagos, do estado do Rio de Janeiro, junto a companheiras da Brigada Nacional Joaquin Piñero do MST em Maricá e outros movimentos feministas, chegaram às instalações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA na tarde deste 8 de março, na capital fluminense.
A pauta faz parte da jornada de lutas das mulheres trabalhadoras do campo e da cidade a nível nacional. Denunciando a paralização da Reforma Agrária, a escalada de violências cotidianas nos corpos-territórios no campo e na cidade, a pobreza e a permanência da fome.
“Temos a jornada estadual onde nos organizamos para tratar com o INCRA a nossa pauta de reivindicação. Colocar que a Reforma Agrária não tem ainda um orçamento predefinido pelo próprio governo federal. Mas também, a ausência do estado do Rio de Janeiro no que se diz da necessidade de implementar a agricultura no estado” conta Eró Silva, Dirigente Nacional do MST.
As mulheres questionaram a permanente ausência do estado para o desenvolvimento social e produtivo, e exigiram resposta frente a diversas situações de precarização que atravessam os assentamentos e acampamentos no estado.
Reivindicações de Luta das mulheres Sem Terra em assentamentos e acampamentos no Rio de Janeiro.
As mulheres foram recebidas pela superintendente do INCRA no Rio de Janeiro, Maria Lúcia para quem foi apresentada as reivindicações, que reafirma a luta pela terra e a luta pela Reforma Agrária, através das vozes das mulheres Sem Terras.
As exigências de reivindicações referem-se a:
1. A Infraestrutura nas áreas de Reforma Agrária apresentam ausência de políticas públicas e falta de atenção dos governos municípios, para garantir o direito de mobilidade através de estradas e pontes em boas condições, acesso ao serviço de energia elétrica entre outros. Esta ausência faz com que se acentue a precarização do desenvolvimento produtivo e social.
2. Investimentos para a educação no campo que permita a realização de programas para a educação de jovens, adultos e idosos assim como o investimento em escolas nas áreas rurais.
3. Crédito e orçamentos para a agricultura familiar. As mulheres exigiram resposta sobre o crédito Fomento Mulher, para o qual foram disponibilizado tão só oitenta créditos distribuídos entre mulheres assentadas, acampadas e de quilombos do Rio de Janeiro. Também, a resposta e esclarecimento sobre a situação da remissão de famílias que acessaram a créditos habitacionais.
4. Regularização e entrega de documentos das terras nos assentamentos e acampamentos as mulheres Sem Terra. Entre as propostas, a nomeação das mulheres como titulares da terra, que pode garantir o patrimônio e independência econômica das mulheres.
5. Cobertura do Sistema de Saúde para mulheres, crianças, assentados e acampados para os quais não se tem acompanhamento de agentes e unidades de saúde disponíveis.
A Superintendente do INCRA, expressou a sua disposição para trabalhar em estratégias e procedimentos que possam contribuir na atenção das demandas, partindo das necessidades reais em cada território. Com a finalidade de provocar a construção de políticas públicas que respondam as realidades que apresentam as famílias.
*Editado por Leonardo Correia